ATA DA TRIGÉSIMA SÉTIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 16-5-2005.
Aos dezesseis dias do mês de maio de dois mil e
cinco, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, sendo
respondida pelos Vereadores Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos
Todeschini, Claudio Sebenelo, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza,
José Ismael Heinen, Maria Celeste, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Neuza
Canabarro e Professor Garcia. Ainda, durante a Sessão, compareceram os
Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Almerindo Filho, Carlos Comassetto,
Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias Vidal, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib,
João Carlos Nedel, Luiz Braz, Manuela d'Ávila, Márcio Bins Ely, Margarete
Moraes, Mario Fraga, Maristela Meneghetti, Maurício Dziedricki, Mônica Leal,
Paulo Odone, Raul Carrion, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. Constatada a
existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e
determinou a distribuição em avulsos de cópias das Atas da Trigésima Primeira e
Trigésima Segunda Sessões Ordinárias que, juntamente com as Atas da Trigésima
Sessão Ordinária e da Sétima, Oitava, Nona e Décima Sessões Solenes, foram
aprovadas. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Bernardino Vendruscolo, o
Pedido de Providências nº 1031/05 (Processo nº 3042/05); pelo Vereador Carlos Comassetto,
o Projeto de Lei do Legislativo nº 143/05 (Processo nº 2967/05); pela Vereadora
Clênia Maranhão, os Projetos de Resolução nos 095 e 096/05 (Processos
nos 2936 e 2946/05, respectivamente); pelo Vereador Elias Vidal, o
Projeto de Lei do Legislativo nº 140/05 (Processo nº 2942/05); pelo Vereador
João Carlos Nedel, os Pedidos de Providências nos 1026, 1027 e
1028/05 (Processos nos 3035, 3036 e 3037/05, respectivamente); pelo
Vereador Márcio Bins Ely, o Projeto de Resolução nº 098/05 (Processo nº
3034/05); pelo Vereador Professor Garcia, o Projeto de Lei Complementar do
Legislativo nº 018/05 (Processo nº 2581/05). Também, foi apregoado o Ofício nº
101/05, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, encaminhando o Projeto de
Lei do Executivo nº 008/05 (Processo nº 3098/05). Ainda, foi apregoado
Requerimento de autoria da Vereadora Clênia Maranhão, deferido pelo Senhor Presidente,
solicitando o desarquivamento do Projeto de Lei do Legislativo nº 116/03
(Processo nº 2528/03) e o Ofício nº 101/05, do Senhor Prefeito Municipal de Porto
Alegre, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo nº 008/05 (Processo nº
3098/00). Na ocasião, foram apregoados os Memorandos nos 101 e
103/05, firmados pelo Vereador Elói Guimarães, Presidente da Câmara Municipal
de Porto Alegre, por meio dos quais Sua Excelência informa as Representações
Externas deste Legislativo, respectivamente, da Vereadora Maria Celeste, na
“III Jornada Estadual contra a Violência e a Exploração Sexual de Crianças e
Adolescentes”, hoje, na Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul,
a partir das oito horas e trinta minutos, e da Vereadora Maristela Maffei, na
solenidade de lançamento da Pedra Fundamental do Centro de Pesquisa e
Desenvolvimento e do DataCenter, amanhã, às nove horas e trinta minutos, no
Município de Cachoeirinha – RS. Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nos
003/05, da Vereadora Márcia Regina Bald, Presidenta da Câmara Municipal de
Santa Clara do Sul – RS; 071/05, do Vereador Hélio Hobuss, Presidente da Câmara
Municipal de São Lourenço do Sul – RS; Comunicado nº 43153/05, do Senhor José
Henrique Paim Fernandes, Presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da
Educação – FNDE. Em prosseguimento, o Suplente Gerson Almeida formulou
Requerimento verbal, subscrito pela Vereadora Mônica Leal e deferido pelo
Senhor Presidente, solicitando que esta Casa encaminhe nota de desagravo à
Federação Israelita e entidades representativas, em relação às agressões sofridas
por jovens de origem judaica, ocorrida na madrugada do dia oito de maio do
corrente, no Bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre. Após, o Senhor Presidente concedeu
a palavra, em TRIBUNA POPULAR, à Senhora Leila Aparecida Cunha Thomassim,
Presidenta do Conselho Regional de Serviço Social – CRESS, que lembrou as
comemorações, no mês de maio, da semana do Assistente Social e discorreu sobre
a importância das atividades realizadas por essa categoria profissional. Ainda,
teceu considerações a respeito do Projeto ético-político do Assistente Social e
o Sistema Único de Assistência Social – SUAS. Na ocasião, nos termos do artigo
206 do Regimento, os Vereadores Clênia Maranhão, Maria Celeste, Claudio Sebenelo,
Professor Garcia, Ervino Besson, Maurício Dziedricki e Mônica Leal manifestaram-se
acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. A seguir, foi apregoado
Requerimento de autoria da Vereadora Margarete Moraes, solicitando Licença para
Tratamento de Saúde de hoje ao dia dezenove de maio do corrente, tendo o Senhor
Presidente declarado empossado na vereança o Suplente Gerson Almeida, informando
que Sua Excelência integrará a Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos
Humanos. Na ocasião, foram apregoadas Declarações firmadas pelos Suplentes
Marcelo Danéris e Guilherme Barbosa, informando seus impedimentos em assumirem
a vereança de hoje ao dia dezenove de maio do corrente, em substituição à
Vereadora Margarete Moraes. Na oportunidade, por solicitação do Vereador Elói
Guimarães, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma à Senhora
Terezinha Leopoldino, sogra do Vereador Sebastião Melo, e ao Senhor Laszlo
Böhm, ex-Diretor do Departamento Municipal de Água e Esgotos – DMAE, falecidos
hoje. A seguir, o Senhor Presidente registrou a presença dos Senhores Jorge
Luis Bitencourt da Rosa, Diretor Presidente da Cooperativa de Trabalho,
Produção e Comercialização dos Trabalhadores Autônomos das Vilas de Porto
Alegre Ltda – COOTRAVIPA, Wilton Araújo e Valdeci Paulo de Oliveira,
respectivamente Diretor-Geral do Departamento Municipal de Limpeza Urbana de
Porto Alegre – DMLU – e Presidente da Associação dos Servidores do DMLU,
convidando-os a integrarem a Mesa dos trabalhos e informando que Suas Senhorias
comparecem a este Legislativo para homenagem relativa ao Dia do Gari. Em
prosseguimento, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Vereador Carlos
Comassetto que, em nome da Casa, saudou os visitantes. Ainda, o Senhor
Presidente concedeu a palavra aos Senhores Jorge Luis Bitencourt da Rosa e
Valdeci Paulo de Oliveira, que destacaram a importância da homenagem hoje
prestada por este Legislativo com referência ao Dia do Gari. Em Comunicação de lÍder, o Vereador
Bernardino Vendruscolo destacou a importância para a Cidade da parceria
realizada entre o Departamento Municipal de Limpeza Urbana de Porto Alegre –
DMLU – e da Cooperativa de Trabalho, Produção e Comercialização dos
Trabalhadores Autônomos das Vilas de Porto Alegre Ltda – COOTRAVIPA, comentando
a necessidade de valorização da categoria profissional dos garis pela
relevância dos serviços que ela presta à comunidade. Na oportunidade, o Senhor
Presidente registrou o transcurso do aniversário, hoje, do Senhor Wilton
Araújo, Diretor-Geral do DMLU. A
seguir, foi iniciado o GRANDE EXPEDIENTE, tendo o Senhor Presidente informado
que, durante esse período, seria realizada homenagem ao transcurso do
sexagésimo aniversário do Partido Trabalhista Brasileiro – PTB. Compuseram a Mesa: o Vereador Elói
Guimarães, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Deputado
Estadual Edemar Vargas, representando o Deputado Iradir Pietroski, Presidente
da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul; o Senhor Eliseu
Santos, Prefeito Municipal de Porto Alegre, em exercício; o Senhor Claudio
Manfroi, Presidente Estadual do PTB; o Deputado Estadual Manuel Maria,
representando a Bancada do PTB na Assembléia Legislativa do Estado do Rio
Grande do Sul. Ainda, como extensão da Mesa, o Senhor Presidente registrou as
presenças dos Senhores José Antonio Leão de Medeiros, Presidente do Diretório
Metropolitano do PTB; Ivandre Medeiros, Superintendente Geral da Assembléia
Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul e Secretário-Geral do PTB; Cassiá
Carpes, Secretário Municipal de Obras e Viação – SMOV; Nelcir Tessaro,
Diretor-Geral do Departamento Municipal de Habitação – DEMHAB; Edir
Domeneghini, Presidente da Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social – FGTAS;
André Imar Kulczynsi, Presidente da Companhia de Processamento de Dados do
Município de Porto Alegre – procempa;
Roberto Kupski, Presidente do Instituto Solon Tavares do PTB/RS; Nilo Santos,
Presidente da Fundação de Assistência Social e Cidadania – FASC; Francisco
Jardim, representando a Senhora Marilu Medeiros, Secretária Municipal de
Educação; Wilton Araújo, Diretor-Geral do Departamento Municipal de Limpeza
Urbana – DMLU; e das Senhoras Sônia Mauriza Vaz Pinto, Secretária Municipal de
Administração; Jane Kuhn, Presidenta da Fundação de Atendimento Sócio-Educativo
do Estado do Rio Grande do Sul – FASE; Lúcia Zuchowski, Diretora da Empresa
Pública de Transporte e Circulação – EPTC; Marlene Sauer, Presidenta da
Fundação de Proteção Especial – FPE. Também, foram registradas as presenças da
Senhora Iara Lopes, Presidenta do PTB Mulher; dos Senhores Carlos Alberto Alves
da Silva, Presidente do PTB A Jato; José Eli Medeiros, Secretário Adjunto da
Saúde; Carlos Vargas, Vice-Presidente Estadual do PTB; e Carlos Siegle,
Secretário-Adjunto da Secretaria da Juventude do PTB/RS. Após, o Vereador Nereu
D'Avila assumiu a Presidência dos trabalhos e concedeu a palavra ao Vereador
Elói Guimarães, que, em grande expediente,
exaltou os sessenta anos do Partido Trabalhista Brasileiro e a figura de
Getúlio Vargas, como criador do PTB e um dos maiores estadistas
latino-americanos. Ainda, afirmou que essa legenda é favorável à harmonização
entre trabalho e capital, na busca de uma sociedade desenvolvida e justa. O
Vereador Elias Vidal externou seu orgulho em integrar os quadros do Partido
Trabalhista Brasileiro, salientando as atividades desenvolvidas por essa
legenda política ao longo dos anos e mencionando que esse fato representa uma
demonstração pública dos ideais e diretrizes do Partido. Ainda, afirmou que o
PTB tem como essência a valorização do ser humano e, nesse contexto, destacou o
nome de personalidades que tiveram grande contribuição para o crescimento desse
Partido. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Maurício Dziedricki, parabenizando
os pronunciamentos feitos na tarde de hoje pelos Vereadores Elói Guimarães e
Elias Vidal, acerca da história do Partido Trabalhista Brasileiro ao longo dos
seus sessenta anos de existência, ressaltou que esse Partido foi responsável
por muitas conquistas sociais para o povo brasileiro e observou que essa
legenda política tem como uma de suas principais preocupações a inclusão social
de todos os cidadãos. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou as presenças do
Deputado Estadual Aloísio Classmann; do Senhor Everton Braz, Diretor de
Cerimonial da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul; e do Senhor
Ruy Antônio de Freitas, Diretor-Geral da Secretaria Estadual do Turismo, Esporte
e Lazer. Em continuidade, o Senhor Presidente concedeu a palavra aos Senhores
Claudio Manfroi e Eliseu Santos, que destacaram a importância da homenagem hoje
prestada pela Câmara Municipal de Porto Alegre com referência ao transcurso do
sexagésimo aniversário do Partido Trabalhista Brasileiro. Às quinze horas e trinta
e oito minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados
às quinze horas e quarenta e dois minutos, constatada a existência de quórum.
Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Luiz Braz analisou criticamente o Projeto de Emenda
à Lei Orgânica nº 007/05, de autoria do Vereador Aldacir Oliboni, em terceira
Sessão de Pauta no dia de hoje. Também, reportou-se aos incidentes ocorridos no
final da última Sessão Ordinária, no dia doze de maio do corrente, justificando
que as atitudes tomadas por Sua Excelência foram exclusivamente de tentar esclarecer
inverdades ditas contra sua pessoa durante aquela Sessão. O Vereador Mario
Fraga parabenizou o Partido Trabalhista Brasileiro pelo seu sexagésimo aniversário,
no dia de hoje, e comemorou o aumento no número de participantes das reuniões
do Programa de Orçamento Participativo na Zona Sul de Porto Alegre. Também,
posicionou-se contrariamente ao Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 007/05, que
veda a prática de nepotismo na Administração Pública Municipal. A Vereadora Neuza
Canabarro procedeu à leitura de reportagem sobre a marcha realizada de Goiânia
a Brasília pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST – e examinou
a infra-estrutura envolvida ao longo dos duzentos e onze quilômetros desse deslocamento.
Nesse sentido, discursou sobre a origem dos recursos financeiros para a
realização dessa marcha, informando que os Governos de Goiás e de Goiânia, além
de fazendeiros, forneceram recursos ao MST. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a
Vereadora Mônica Leal rechaçou a agressão a jovens de origem judaica ocorrida
na madrugada do dia oito de maio do corrente, considerando inadmissível a existência
de racismo e anti-semitismo nos tempos atuais. Em relação ao assunto, alertou
as autoridades para o fato de que esse acontecimento não é isolado e enalteceu
o trabalho de investigação e combate a grupos anti-semitas de Porto Alegre,
realizado pela Polícia Civil e pela imprensa. A seguir, nos termos do artigo
94, § 1º, alínea “g”, do Regimento, o Senhor Presidente concedeu TEMPO ESPECIAL
à Vereadora Maristela Maffei, que relatou a participação de Sua Excelência, em
Representação Externa deste Legislativo, na VI Semana do Bebê, realizada no dia
doze de maio do corrente, no Município de Canela – RS. Em COMUNICAÇÕES, o
Vereador Bernardino Vendruscolo cobrou medidas da Empresa Pública de Transporte
e Circulação em relação a problemas constatados na Avenida Sertório, apontando
acidentes e desrespeito ao trânsito que são freqüentemente verificadas no
local. Além disso, sugeriu que os Vereadores se concentrem mais em assuntos
relativos a Porto Alegre, em vez de questões do âmbito dos Governos Estadual e
Federal. O Vereador Professor Garcia referiu-se à reunião realizada na Comissão
de Economia, Finanças, Orçamento e do MERCOSUL, no dia treze de maio do
corrente, para discutir mudanças no Regime de Dedicação Exclusiva dos Técnicos
Científicos do Município que trabalham na Secretaria da Saúde. Nesse sentido,
relatou conversações com o Senhor Pedro Gus, Secretário Municipal da Saúde, que
se dispôs a ampliar o prazo para tentar chegar a um acordo com os Técnicos
daquele Órgão. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os
Projetos de Lei do Legislativo nos 115/05, discutido pelo Vereador
Carlos Todeschini, e 124/05, discutido pela Vereadora Maria Celeste, os
Projetos de Lei Complementar do Legislativo nos 016 e 019/05, este
discutido pela Vereadora Maria Celeste; em 3ª Sessão, o Projeto de Lei do
Legislativo nº 192/04, discutido pelo Vereador Carlos Todeschini, o Projeto de
Emenda à Lei Orgânica nº 007/05, discutido pelos Vereadores Aldacir Oliboni,
Luiz Braz e Sofia Cavedon, o Projeto de Resolução nº 090/05. Em COMUNICAÇÃO DE
LÍDER, o Vereador Professor Garcia convidou
a todos para o lançamento da campanha “SOS TVE/FM Cultura”, a ocorrer no
dia dezoito de maio do corrente, na Fundação Cultural Piratini. Também, destacou que essa mobilização
visa a unir setores sociais e culturais gaúchos, para que sejam encontradas
alternativas ao sucateamento técnico e à falta de recursos hoje enfrentados por
essas emissoras, viabilizando a manutenção da qualidade dos programas ali
executados. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou as presenças do Babalorixá
Pai Neco de Oxalá e da Ialorixá Ana do Oyá. Após, o Vereador Aldacir Oliboni
formulou Requerimento verbal, solicitando que fosse divulgado ao Plenário desta
Casa a retirada de termos constantes no pronunciamento efetuado pelo Vereador
Luiz Braz, em Comunicação de Líder da Trigésima Sexta Sessão Ordinária,
conforme Requerimento verbal formulado pelo Vereador Adeli Sell durante aquela
Sessão, tendo o Vereador Luiz Braz manifestado-se e o Senhor Presidente
prestado esclarecimentos acerca do assunto. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador
Raul Carrion relatou sua
participação, hoje, em Representação Externa deste Legislativo, na abertura da
10ª Reunião Intermediária dos Comitês Técnicos da Associação Latino-Americana
de Metrôs e Subterrâneos – ALAMYS. Ainda,
repudiou agressões sofridas por jovens judeus em Porto Alegre e divulgou proposta de reforma sindical
definida na 11ª Plenária Nacional da Central Única dos Trabalhadores, realizada
em São Paulo. A seguir, o Senhor Presidente registrou o transcurso do
aniversário, hoje, do Senhor Jorge Armando Oliveira Fraga, Diretor Legislativo
da Câmara Municipal de Porto Alegre. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora
Maristela Maffei historiou a trajetória
do Movimento dos Trabalhadores
Rurais Sem Terra, analisando
o quadro hoje observado na zona rural do País e destacando a importância da organização popular em prol da Reforma
Agrária, como forma de viabilizar o acesso a terra e a construção de uma sociedade
mais justa e soberana. Finalizando,
manifestou-se acerca das presenças nas reuniões do Programa de Orçamento
Participativo de Porto Alegre. A Vereadora Clênia Maranhão registrou o transcurso, no dia dezoito
de maio do corrente, do Dia Nacional de Combate ao Abuso e
à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, lembrando Comissão Parlamentar acerca do assunto, instalada no Senado
Federal nos anos de dois mil e três e dois mil e quatro. Ainda, defendeu ações conjuntas entre
o Poder Público e a sociedade civil, para que seja alterada a realidade
verificada nessa área e garantida uma infância saudável às crianças
brasileiras. Na oportunidade, por solicitação da Vereadora Maristela Maffei,
foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao Senhor Enio
Guterres, ex-Secretário de Políticas Públicas do Partido dos Trabalhadores,
falecido no dia onze de maio do corrente, tendo o Vereador Ibsen Pinheiro
solicitado que essa homenagem fosse estendida também ao desportista Tarzan
Nummer, falecido no dia quatorze de maio do corrente. Em prosseguimento, o
Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca dos procedimentos de marcação
e controle do tempo necessários às verificações de quórum e votações efetuadas
por meio do Sistema Eletrônico de Votações e, constatada a existência de
quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Após, foi rejeitado Requerimento de autoria
da Vereadora Sofia Cavedon, solicitando o adiamento, por cinco Sessões, da discussão
do Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 008/00, por onze votos SIM e
vinte e um votos NÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador Claudio
Sebenelo, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell,
Aldacir Oliboni, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Gerson Almeida, Manuela
d'Ávila, Maria Celeste, Maristela Maffei, Professor Garcia, Raul Carrion e
Sofia Cavedon e
Não os Vereadores Alceu Brasinha, Almerindo Filho,
Bernardino Vendruscolo, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias
Vidal, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib, João
Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Mario Fraga,
Maristela Meneghetti, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro e Paulo
Odone. A seguir, foi aprovado Requerimento de autoria do Vereador Luiz Braz,
solicitando que o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 008/00 seja o
primeiro a ser votado na Ordem do Dia da presente Sessão e que, durante sua
discussão e votação, não seja votado qualquer espécie de Requerimento de
adiamento de votação ou perda de prioridade, por dezesseis votos SIM e dois
votos NÃO, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Carlos Comassetto,
Raul Carrion e Professor Garcia, em votação nominal solicitada pelo Vereador
Elói Guimarães, tendo votado Sim os Vereadores Almerindo Filho, Bernardino
Vendruscolo, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Ervino Besson,
João Antonio Dib, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Mario Fraga, Maristela Meneghetti,
Mônica Leal, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Paulo Odone e Valdir Caetano e Não
os Vereadores Adeli Sell e Manuela d'Ávila. Na ocasião, em face de Questões de Ordem
formuladas pela Vereadora Sofia Cavedon e pelo Vereador Raul Carrion, o Senhor
Presidente prestou informações acerca da abrangência, tempestividade e
regimentalidade do Requerimento do Vereador Luiz Braz, anteriormente aprovado. Ainda,
por solicitação da Vereadora Maria Celeste, foi realizada a releitura do Requerimento
acima referido e a
Vereadora Manuela d’Ávila formulou Requerimento verbal, deferido
pelo Senhor Presidente, solicitando cópia do relatório de votação desse
Requerimento. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Substitutivo nº 01
aposto ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 008/00, considerando-se
prejudicado o Projeto original, por vinte e quatro votos SIM e seis votos NÃO,
após ser discutido pelos Vereadores João Antonio Dib, Sofia Cavedon, Raul Carrion,
Adeli Sell, Carlos Comassetto e Carlos Todeschini e encaminhado à votação pela
Vereadora Sofia Cavedon e pelo Vereador Raul Carrion, em votação nominal solicitada
pelo Vereador Elói Guimarães, tendo votado Sim os Vereadores Almerindo Filho,
Bernardino Vendruscolo, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias
Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro, João
Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Márcio Bins Ely,
Mario Fraga, Maristela Meneghetti, Maurício Dziedricki, Mônica Leal, Nereu D'Avila,
Neuza Canabarro, Paulo Odone, Professor Garcia e Valdir Caetano e Não os
Vereadores Adeli Sell, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Manuela d'Ávila,
Raul Carrion e Sofia Cavedon. Durante a apreciação do Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 008/00, os Vereadores Maristela Maffei, Maria Celeste,
Aldacir Oliboni e João Carlos Nedel, cederam seus tempos de discussão, respectivamente,
aos Vereadores Raul Carrion, Adeli Sell, Carlos Comasseto e João Antonio Dib. Ainda,
em face
de Questão de Ordem formuladas pelo Vereador Adeli Sell, o Senhor Presidente
prestou informações acerca das prejudicialidades resultantes da aprovação do
Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 008/00. Também,
foi aprovada a prorrogação dos trabalhos da presente Sessão, por vinte e oito
votos SIM, em votação nominal solicitada pelo Vereador Elói Guimarães, tendo
votado os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Bernardino
Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão,
Dr. Goulart, Elias Vidal, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro, João
Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Manuela d'Ávila,
Mario Fraga, Maristela Meneghetti, Maurício Dziedricki, Mônica Leal, Nereu
D'Avila, Neuza Canabarro, Paulo Odone, Raul Carrion, Sofia Cavedon e Valdir
Caetano. Em prosseguimento, a Vereadora Sofia Cavedon formulou Requerimento verbal,
solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do
Dia. Às dezenove horas e treze minutos, constatada a inexistência de quórum deliberativo,
em verificação solicitada pelo Vereador Mario Fraga, o Senhor Presidente
declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a
Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram
presididos pelos Vereadores Elói Guimarães e Nereu D’Avila e secretariados pelo
Vereador Nereu D’Avila. Do que eu, Nereu D’Avila, 1º Secretário, determinei
fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será
assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Gerson Almeida está com a palavra para um
Requerimento.
O SR. GERSON
ALMEIDA (Requerimento): Sr. Presidente, eu gostaria de solicitar que a
Câmara, através da Mesa Diretora, manifestasse uma nota de desagravo em relação
ao que ocorreu com um grupo de jovens da comunidade judaica que foi
barbaramente agredido há alguns dias. O fato foi amplamente noticiado, a
Polícia localizou os agressores e demonstrou que houve uma conotação claramente
anti-semita. A Câmara de Vereadores representa uma Cidade que sempre viveu
harmoniosamente com as várias etnias que aqui convivem, e, sendo a comunidade
judaica uma comunidade que sempre engrandeceu Porto Alegre, que fez com que a
Cidade crescesse, parece-me que seria de bom alvitre que a Câmara, através da
Mesa Diretora, manifestasse uma nota de desagravo, colocando-se solidariamente
contra esse tipo de agressão, que deve ser banida da nossa sociedade.
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): De plano, deferimos o Requerimento de V. Exª, Ver.
Gerson Almeida. Inclusive, pela oportunidade, queremos, de pronto, repudiar
esse ato atentatório à liberdade e de conotação lamentável. A Mesa tomará as
providências no atendimento do Requerimento de V. Exª.
O SR. GERSON
ALMEIDA: Sr. Presidente, agradeço a sua rápida decisão. Peço também que a nota
seja encaminhada à Federação Israelita e a todas entidades representativas.
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Conforme requer V. Exª.
A SRA. MÔNICA
LEAL (Requerimento): Eu gostaria de, juntamente com o Vereador, fazer
esse Requerimento.
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Passamos à
A Srª Leila
Aparecida Cunha Thomassim, representando o Conselho Regional de Serviço Social
- Cress, está com a palavra para tratar de assunto relativo ao Projeto
Ético-Político do Assistente Social e Sistema Único de Assistência Social -
SUAS -, pelo tempo regimental de 10 minutos.
A SRA. LEILA
APARECIDA CUNHA THOMASSIM: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, colegas assistentes sociais aqui presentes, em nome do Conselho
Regional de Serviço Social e da categoria dos assistentes sociais, agradeço à
Câmara de Vereadores a oportunidade de novamente fazer uso desta Tribuna
Popular.
No mês de maio, o Brasil inteiro está realizando atividades
comemorativas ao Dia do Assistente Social, especialmente neste ano, em que
estão sendo empossadas novas gestões para o Conselho Federal e os Conselhos
Regionais do Serviço Social no Brasil inteiro, constituídas a partir de amplo
processo democrático, com participação política da categoria dos assistentes
sociais.
A Assistência Social é uma profissão que imprimiu
uma direção social afirmando compromissos éticos-políticos contra
desigualdades, contra qualquer forma de discriminação. Tem seu eixo de
intervenção revelado nas desigualdades sociais, manifestas no desemprego, na
violência, vulnerabilidades sociais e econômicas, que afetam diferentes pessoas
e grupos socialmente excluídos.
Neste ano, o lema nacional da Semana do Assistente
Social é o serviço social e a concretização dos direitos. Em consonância com
essa temática, optamos, neste pronunciamento, por dar publicidade à discussão
da política de Assistência Social e ao SUAS - Sistema Único de Assistência
Social -, escolha essa realizada pelo sentido estratégico que esse debate tem
nesta conjuntura desfavorável à manutenção e garantia dos direitos.
Passados doze anos da Lei Orgânica de Assistência
Social, a implantação das estruturas previstas em lei se apresenta em
diferentes níveis, no âmbito dos Estados e Municípios com avanços e
retrocessos. A Assistência Social, portanto, precisa enraizar-se como direito
de cidadão e dever do Estado na política brasileira. Ela deve contar com
financiamento público, ações permanentes e continuadas, com forte controle
social para que não se fragilize por ocasião de mudanças de Governos. A
Assistência Social não pode ficar refém dos direcionamentos políticos dos
Partidos, nem de seus programas, de projetos subdivididos conforme interesses
de poder, tem de se constituir como política pública afiançada na Constituição
Federal.
Portanto, a
implantação do SUAS, que é o Sistema Único de Assistência Social, nessa
conjuntura adversa, apresenta-se como direção, como um caminho para a
constituição de redes protetoras da vida desafiadas a responder pelas
necessidades que a questão social hoje coloca. A criação do SUAS foi demandada
pela IV Conferência Nacional de Assistência Social realizada em dezembro de
2003, em Brasília/DF, sendo aprovada pela Resolução nº 145, de 15 de outubro de
2004, do Conselho Nacional de Assistência Social, que versa sobre a Política
Nacional de Assistência Social.
O SUAS busca:
“Assegurar um conjunto de serviços, programas, projetos e benefícios capazes de
promover, no dia a dia, de forma integrada às demais políticas públicas, o
processo de inclusão social”. Garante padrões de atenção e de qualidade com
unidade no território nacional, valorizando as diferenças e especificidades
regionais capazes de responder pelas necessidades sociais da população. Tem
como foco prioritário a família, considerada como ”espaço indiscutível de
proteção e socialização, independente dos formatos, modelos e feições que ela
tenha assumido no último período”. Está organizada em duas redes de proteção:
social básica e social especial, constituída a partir do grau de complexidade
das necessidades e vulnerabilidades dos indivíduos, grupos ou famílias.
No entanto, a implantação do SUAS ainda é um
processo em disputa e vai exigir de nós muita mobilização e luta social.
Esperamos que este Legislativo Municipal possa compor estratégias de
acompanhamento e monitoramento da implantação do SUAS no âmbito do Município,
de forma que esta Capital, que tantas conquistas já tem no cenário nacional,
possa também ser pioneira nesse processo. Assim, solicitamos a todos os
presentes, entidades, Vereadores desta Casa a serem protagonistas e
mobilizadores críticos dessa construção.
Finalizando,
agradeço, em nome da Gestão Desafio 2002/2005, do Cress/10ª Região, a
oportunidade de, nesses três anos de trabalho, compartilhar com V. Exas., neste
espaço democrático que é a Tribuna Popular, os nossos posicionamentos e
utopias. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Convidamos a Srª Leila Aparecida Cunha Thomassim a
fazer parte da Mesa.
A Verª
Margarete Moraes solicita Licença para Tratamento de Saúde no período de 16 a
19 de maio de 2005.
(Obs.: Foi
apregoado Requerimento de licença da Verª Margarete Moraes e dada a posse ao
Suplente, conforme consta na Ata.)
A Verª Clênia
Maranhão está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. CLÊNIA
MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, em nome da
minha Bancada, composta por esta Vereadora e pelo Ver. Paulo Odone, eu queria
saudar a presença do Cress - Conselho Regional de Serviço Social - e das
militantes da causa social que estão conosco nesta tarde. Como ontem foi o Dia
do Assistente Social, saúdo de uma forma muito especial as minhas colegas e os
meus colegas de profissão e parabenizo a Leila por trazer à tribuna desta Casa
o tema mais atual de que trata a militância da área social, que é a questão do
SUAS. Eu acho que esse é um debate que não pode ser restrito apenas aos
Legisladores da área federal, aos militantes das causas sociais, todos os
Parlamentos devem participar. E nós, como pessoas formadoras de opinião e
comprometidas com a responsabilidade social dos Parlamentos brasileiros, temos
que saudar essa discussão. Nós deveremos acompanhar o debate, procurando
contribuir para que efetivamente se acelere o processo de construção de uma
legislação que vai garantir mais integração e mais transversalidade das
políticas públicas à população em situação de vulnerabilidade que precise da
intervenção do Estado.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Maria Celeste está com a palavra, nos termos
do art. 206 do Regimento.
A SRA. MARIA
CELESTE: Inicialmente quero saudar e cumprimentar o Conselho Regional de Serviço
Social, através de sua Presidente, Leila Thomassim, pelo importante assunto que
traz a esta Casa: o Projeto Ético-Político do Assistente Social e o Sistema
Único da Assistência Social, o SUAS. É uma discussão importante para todos nós.
E é mais importante que os Vereadores e as Vereadoras se apropriem desse tema e
comecem também a se inserir nessa luta pela nossa Cidade. Esse projeto político
que traz a defesa de direitos, qualificando a intervenção profissional, é
fundamental na nossa Cidade.
A Verª Clênia
fazia referência à data de ontem, o Dia do Assistente Social - uma categoria
profissional comprometida com a formulação de políticas e com a transformação
necessária para os homens e para as mulheres da nossa Cidade.
Queremos
também elevar, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, a importância e
o compromisso que o nosso Partido tem com essa luta. Queremos reafirmar, Srª
Leila, o compromisso do Partido dos Trabalhadores com essa importante luta e
cumprimentar a gestão Desafio, que está entregando a presidência nos próximos
dias à nossa companheira Leila. E, de igual forma, os nossos cumprimentos à
nova gestão, O Tempo não Pára, na figura da Léa Biasi, que está assumindo esse
grande desafio para todos nós, com certeza com o compromisso e com o
comprometimento da nossa Bancada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. CLAUDIO
SEBENELO: Srª Leila Thomassim, eu queria cumprimentá-la pela sua presença, pelo
Projeto Ético-Político do Assistente Social a ser debatido nos próximos meses
e, especialmente, pela criação do Sistema Único de Assistência Social. Nós
sabemos o quanto foi alijada a Assistência Social no contexto das obras sociais
brasileiras e o quanto os militantes do serviço social têm feito. O que de bom
tem sido feito pode ser, e muito bem, atribuído ao Serviço Social; nós temos
muito orgulho dos nossos assistentes sociais, pela forma como trabalham, pelo
ato solidário que é o ato do assistente social, pelo ato de humanidade, de grandeza
humana, que é o exercício dessa profissão que, durante tantos anos, foi tão
pouco considerada e que agora cresce nesse contexto. A cidade de Porto Alegre,
com seus gravíssimos problemas sociais, passa também a depender, de uma forma
direta, das políticas sociais e do trabalho do assistente social. Pelo dia de
ontem, recebam o nosso abraço e o orgulho de nossa Câmara em ter os nossos
assistentes sociais como paradigmas de uma luta.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Professor Garcia está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR.
PROFESSOR GARCIA: Prezada Presidente Leila, é um prazer recebê-la
mais uma vez nesta Casa. Quero dizer da nossa alegria, porque ontem foi
comemorado o Dia do Assistente Social. Acho que é importante a cada ano
ressaltá-lo. Eu faço parte de um Conselho também profissional, sou do Conselho
Federal de Educação Física, e sei das nossas lutas para manter os Conselhos e a
importância de uma categoria, especialmente a questão do Projeto Ético-Político
do Assistente Social junto ao Sistema Único de Assistência Social.
Infelizmente, a população confunde muito ainda assistente social com
assistencialismo social; acho que a gente tem que demarcar muito bem, porque o
trabalho que vocês fazem é um trabalho norteador, de uma importância muito
grande, servindo de elo de ligação entre os demais mecanismos para
compatibilizar e saber a real necessidade das diversas populações. Parabéns, em
nome do nosso Partido; nós, do PSB, somos solidários e queremos nos engajar
nesse movimento. Parabéns.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Ervino Besson está com a palavra, nos termos
do art. 206 do Regimento.
O SR. ERVINO
BESSON: Meu caro Presidente, Ver. Elói Guimarães; Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras; nosso querido Vice-Prefeito, que também está ao lado do Presidente
desta Casa, quero saudá-los. Uma saudação muito especial à Srª Leila Aparecida
Cunha Thomassim, Presidenta do Conselho Regional do Serviço Social, em meu
nome, em nome do Ver. Nereu, da Verª Neuza, do Ver. Dr. Goulart, do Ver. Mario
Fraga, do Ver. Márcio e também em nome do Ver. Bernardino - do PMDB -, queremos
saudá-la de uma forma muito especial e muito carinhosa.
Ontem foi o
Dia do Assistente Social, eu acho que devemos ter um carinho muito especial
pelo trabalho que é desempenhado por vocês na nossa sociedade, principalmente
no momento mais difícil na vida de uma pessoa, quando aí surge uma assistente
social, pois, pelo preparo e pela formação que têm, conseguem aliviar o
sofrimento das pessoas. Falo isso porque tenho em meu gabinete uma assistente
social e sei o trabalho prestado por ela não só no meu gabinete; em todos os
locais em que é chamada, ela presta seu trabalho com dignidade e com amor à profissão.
Portanto, em
nome da minha Bancada, o PDT, e da Bancada do PMDB, queremos parabenizá-la e
pedimos que transmita esse abraço a esse conjunto de pessoas, esse movimento
que a senhora tem no seu dia-a-dia. É uma profissão que, sem dúvida nenhuma, é
um orgulho para a sua categoria e para a Câmara Municipal de Porto Alegre.
Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Maurício Dziedricki está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. MAURÍCIO
DZIEDRICKI: Uma saudação ao Presidente Elói Guimarães, ao Vice-Prefeito Eliseu
Santos, em especial à Srª Leila Aparecida Cunha, Presidente do Conselho
Regional de Serviço Social, que traz à Casa a discussão do Projeto
Ético-Político do Assistente Social e Sistema Único de Assistência Social. É
com muita honra que a Bancada do PTB, composta pelo Ver. Elias Vidal, Ver.
Brasinha, Ver. Elói Guimarães e por este Vereador, lhe traz o apelo de
discussão, cada vez mais presente, das referências que os assistentes sociais
promovem junto ao nosso Município, junto à construção de projetos de cidadania,
de inclusão social. Nós, do PTB, que temos a marca da solidariedade,
gostaríamos de deixar registrado, oficialmente, o compromisso que assumimos com
o trato da questão da Assistência Social, dos projetos, principalmente
ético-políticos, na condução dos trabalhos laborativos do seu Conselho. É com
muita satisfação que registramos isso; em nome da Bancada do PTB, queremo-nos
somar a essa grande causa. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Mônica Leal está com a palavra, nos termos
do art. 206 do Regimento.
A SRA. MÔNICA
LEAL: Srª Leila Aparecida Cunha, Presidente do Conselho de Serviço Social,
quero cumprimentá-la, em nome da Bancada do PP, composta pelo Ver. João Carlos
Nedel, Ver. João Antonio Dib e por esta Vereadora, pelo excelente e importante
trabalho, que a cada momento passa a ocupar um espaço mais necessário em nossa
comunidade. Também seja muito bem-vindo esse Projeto Ético-Político do
Assistente Social e o Sistema Único de Assistência Social. Parabéns.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Não temos mais Bancadas inscritas. Nós queremos
saudar a Srª Leila Aparecida Cunha Thomassim, Presidente do Conselho Regional
de Serviço Social - Cress. Desejamos êxito na sua missão, que sabemos de grande
importância. Portanto, cumprimentamos V. Sª pela luta, receba as nossas
saudações. (Palmas.)
Nós tivemos,
hoje, o falecimento da sogra do Ver. Sebastião Melo, Srª Teresinha Leopoldino,
bem como do ex-Diretor do DMAE, Dr. Laszlo Bohm, figura conhecidíssima da
Cidade de Porto Alegre, tendo prestado relevantes serviços na área de
saneamento. Pedimos um minuto de silêncio, todos em pé.
(Faz-se um
minuto de silêncio.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Hoje temos o comparecimento do Sr. Jorge Luís
Bitencourt da Rosa, Diretor-Presidente da Cootravipa, e do Sr. Valdeci Paulo
Oliveira, Presidente da Associação dos Servidores do Departamento Municipal de
Limpeza Urbana - ASSDMLU -, em homenagem ao Dia do Gari. Convidamos, também, a
fazer parte da Mesa o Dr. Wilton Araújo, Diretor-Geral do DMLU.
O Ver. Carlos Comassetto, requerente do presente
comparecimento, está com a palavra para saudar, em nome da Casa, a aniversariante
Cootravipa.
O SR. CARLOS
COMASSETTO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os
componentes da Mesa e demais presentes.) Hoje, 16 de maio de 2005, é uma data
importante e histórica para Porto Alegre. Pela primeira vez na história de
Porto Alegre, o Legislativo Municipal traz uma discussão em uma homenagem ao
Dia do Gari. O nome "gari" vem emprestado do empresário Aleixo Gari,
que teve o primeiro contrato assinado, em 1876, com o Ministério Imperial para
a limpeza urbana da cidade do Rio de Janeiro. A partir desse momento, começou a
se organizar no Brasil a questão da limpeza urbana. E podemos afirmar aqui que
não existe urbanidade, não existe cidade - e não existiria a nova concepção que
o homem adotou, ao longo dos anos, que é a urbanidade -, se não houver pessoas
trabalhando para organizar a limpeza e o potencial ambiental das cidades, se
não houver os garis.
Essas pessoas,
na grande maioria das vezes, trabalham no anonimato. Apesar de imprescindível
para a manutenção da limpeza das cidades, o gari quase sempre passa
despercebido nas ruas. As pessoas costumam considerar o trabalho braçal apenas
como uma sombra na sociedade, seres invisíveis, sem nomes. O gari enfrenta o
drama da invisibilidade pública, ou seja, uma percepção humana totalmente
prejudicada e condicionada à divisão social do trabalho, em que se enxerga
somente a função e não a pessoa. E podemos dizer com tranqüilidade, Ver.
Haroldo de Souza, que o gari, normalmente, é enxergado quando o trabalho não é
realizado, quando a cidade fica com os resíduos sólidos pelas ruas; nesse
momento percebemos a importância que têm esses trabalhadores e essas
trabalhadoras, que, diariamente, nas 24 horas do dia, trabalham incessantemente
para que a urbanidade possa se consolidar, para que a urbanidade possa ser
constituída, para que as cidades possam ser agradáveis.
O gari é esse
agente social que trabalha como um pioneiro no trabalho das cidades. Hoje, o
DMLU desenvolve vários programas: a coleta seletiva de resíduos sólidos, a coleta
domiciliar em especial, a coleta hospitalar, Programa de Educação Ambiental, os
postos de entrega voluntária, entre outras tantas chamadas emergenciais e de
urgência, ajudando a atuar em todas as frentes, inclusive na defesa civil,
quando acontecem os grandes prejuízos, no caso de o lixo da cidade ou os
resíduos sólidos serem mal-acondicionados, malconduzidos e acontecerem
catástrofes.
A criação do
Dia do Gari foi uma providência surgida mediante a mudança de tratamento do
serviço de limpeza pública, passando ele a ser reconhecido como trabalhador e
cidadão, não mais como lixeiro. E aqui é importante dizermos isto: a criação e
a constituição de uma sociedade deve ser no sentido de fortalecer a cultura
ambiental, temos de entender e perceber que o tratamento que a sociedade
moderna dá ao descarte do consumismo é resultado de uma visão equivocada. Por
que equivocada? Porque os resíduos urbanos de uma cidade podem e devem ser
reconsiderados, reutilizados, retratados, seja para a agricultura orgânica, por
meio dos resíduos orgânicos, seja entrando novamente para a cadeia produtiva
por meio dos resíduos sólidos.
E, hoje, na
ponta de sustentação desse trabalho, em todo Brasil, em todo o mundo, há
pessoas, seres humanos que precisam, cada vez mais, ser percebidos e
entendidos, bem como ter o seu trabalho valorizado. Não existe cidade
ambientalmente correta se não existir o trabalho qualificado e o desempenho que
é feito pelos garis - sejam homens ou mulheres.
Em nome da
Câmara de Vereadores, Sr. Presidente, eu quero prestar a nossa homenagem a
esses cidadãos trabalhadores que colocam Porto Alegre, dentre outras cidades,
como uma referência em nível mundial. Inclusive, eu gostaria de dizer que esse
trabalho de coleta seletiva, além de ser pioneiro no Brasil, foi agraciado com
um prêmio do Programa Gestão Pública e Cidadania, em 1999, atribuído pela
Fundação Getúlio Vargas e Fundação Ford. Isso só existiu porque há essas
pessoas que trabalham 24 horas por dia, mantendo a Cidade com qualidade. Em
nome da Câmara de Vereadores, nossos parabéns e o reconhecimento público desse
trabalho, pois é um trabalho que precisa, cada vez mais, ser qualificado. Muito
obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Nós agradecemos o pronunciamento do Ver. Carlos
Comassetto, que falou em nome da Casa.
O Sr. Jorge Luis Bitencourt da Rosa,
Diretor-Presidente da Cootravipa, está com a palavra.
O SR. JORGE
LUIS BITENCOURT DA ROSA: Eu quero saudar o Presidente desta Casa, as Sras.
Vereadoras e os Srs. Vereadores, as senhoras e os senhores e, principalmente,
esse pessoal que fica, basicamente, escondido no dia-a-dia, mas que faz parte
de uma história real de Porto Alegre.
Nós temos
contrato com a Prefeitura de Porto Alegre há vinte anos, e pouquíssimas vezes
as pessoas reconheceram o trabalho que a Cootravipa faz. Hoje, com um número -
dentro da Prefeitura - de quase 2.300 associados, presta serviço em quase todas
as áreas, mas principalmente na limpeza da Cidade. Pessoas de todo o Brasil,
até de fora do Brasil, vêm visitar a Cootravipa, aprender com a Cootravipa,
aprender com os nossos homens e as nossas mulheres como se faz esse serviço,
como se limpa uma cidade, como se faz uma coleta.
Eu estou muito
feliz - e falo em nome da Cootravipa - por participar desta homenagem ao Dia do
Gari. Acredito que nós temos não só um Dia do Gari, mas sim todos os dias
desses homens e dessas mulheres que fazem o trabalho digno de limpar a nossa
cidade de Porto Alegre. Muito obrigado, Presidente. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Sr. Valdeci Paulo de Oliveira, Presidente da
Associação dos Servidores do DMLU, está com a palavra.
O SR. VALDECI
PAULO DE OLIVEIRA: Gostaríamos de agradecer o espaço que nos está
sendo cedido neste dia, que consideramos de muita importância para a nossa
Cidade. Nós somos da Associação dos Servidores do DMLU, uma entidade que
congrega quase mil dos garis que pertencem ao Quadro de Funcionários da
Prefeitura e que são responsáveis pela garantia das condições mínimas de saúde,
na nossa opinião, na Cidade, por meio do seu trabalho de coleta dos resíduos de
porta em porta, na casa de cada um dos cidadãos da Cidade.
Nós estamos,
durante esta semana, realizando, desde sábado, uma série de atividades junto ao
local de trabalho do DMLU, no sentido de confraternizar com os funcionários,
por meio de festas, esportes, mas, principalmente, através da discussão das
condições de trabalho e de salário dos trabalhadores da limpeza urbana, dos
garis. E gostaria de dizer que as discussões que a gente tem tido têm mostrado
que o gari é uma categoria que já nasceu, na sua origem, discriminada, por
congregar, inicialmente, negros e escravos que tinham a tarefa de andar de
porta em porta, inclusive aqui em Porto Alegre, carregando os famosos cabungos
na cabeça, que eram os resíduos dos WCs, das latrinas da cada casa; isso
até agora, meados do século passado. Queria dizer também que, até hoje,
permanece entre nós uma imagem discriminatória do papel do trabalhador da
limpeza urbana, um trabalho que, na nossa opinião, deveria ser considerado o de
um agente de saúde, mas, na verdade, os trabalhadores ainda são tratados como
lixeiros, sendo que lixeiro é aquele que produz o lixo, é aquele que faz o
lixo, é aquele que faz a sujeira. O gari está ali para fazer a limpeza, para
promover a saúde dentro da nossa Cidade.
É importante
ressaltar que já temos uma nova visão dentro do nosso trabalho, seja pela
direção que vem sendo dada pela atual Diretoria do DMLU, seja por novos
comportamentos da população, no sentido de reduzir o número de resíduos
produzidos, de reaproveitar e de reciclar, ou seja, uma visão no sentido de
valorizar, de dar uma atenção especial aos trabalhadores da limpeza urbana.
Isso é uma coisa que estamos sentindo muito de perto, hoje, com a nova
administração.
Agradecemos
aos Vereadores o espaço que nos está sendo dado, e os nossos parabéns ao
trabalhador da limpeza urbana, que é um agente da saúde, na nossa opinião.
(Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, público que nos assiste, o Ver. Bernardino Vendruscolo, do PMDB,
resolveu pedir tempo de Liderança para homenagear os garis, para dizer o quanto
é importante essa classe, Sr. Valdeci Paulo Oliveira e Sr. Jorge Luis
Bitencourt da Rosa. Cada vez mais, ela é importante, na medida em que nós
estamos vendo na Cidade as próprias carroças distribuindo sujeira rua afora, e
os garis com mais serviço. Os nossos cumprimentos; a profissão de vocês não
perde para outra profissão, pois é um trabalho nobre, o qual devemos homenagear
e respeitar.
Pela primeira
vez, eu vejo presente aqui, numa homenagem aos garis, o Diretor do DMLU e não
poderia deixar de pedir Tempo de Liderança para fazer este registro. Vocês têm
a felicidade de ter um Diretor que anda junto, por isso ele está aqui,
valorizando esta homenagem tão merecida, caros trabalhadores, caros cidadãos de
Porto Alegre. Muito obrigado, Sr. Presidente. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Nós queremos, ao encerrar este espaço, saudar
novamente a Cootravipa, bem como a Associação dos Servidores do DMLU, nas
pessoas do Sr. Jorge Luis Bitencourt da Rosa e do Sr. Valdeci Paulo de
Oliveira. Queremos saudar também o Diretor do DMLU, Dr. Wilton Araújo, que,
coincidentemente, está de aniversário nesta data. Queremos desejar-lhe muitas
felicidades, muita saúde. (Palmas.) Esperamos que o Diretor do DMLU, a
Cootravipa e os garis continuem a fazer esse bom trabalho, fundamental para a
saúde e para o desenvolvimento de Porto Alegre.
Encerramos
esta parte da presente Sessão, cumprimentando todos os presentes.
Passamos ao
Hoje este período é destinado a assinalar o
transcurso do 60º aniversário do Partido Trabalhista Brasileiro e foi requerido
pela Bancada do PTB.
Convidamos a
fazer parte da Mesa: Sr. Eliseu Santos, Prefeito em exercício; Sr. Edemar Vargas,
Deputado Estadual, neste ato representando o Deputado Iradir Pietroski,
Presidente da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul; Deputado
Manuel Maria, neste ato representando a Bancada do PTB na Assembléia
Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul; Sr. Claudio Manfroi, Presidente
Estadual do Partido Trabalhista Brasileiro.
Como extensão
da Mesa, temos a presença do Sr. José Antonio Leão de Medeiros, Presidente do
Diretório Metropolitano do Partido Trabalhista Brasileiro; do Sr. Ivandre
Medeiros, Superintendente-Geral da Assembléia Legislativa do Estado do Rio
Grande do Sul e Secretário-Geral do PTB; da Srª Sônia Vaz Pinto, Secretária
Municipal de Administração; do Ver. Cassiá Carpes, Secretário da SMOV; do Sr.
Nelcir Tessaro, Diretor-Geral do DEMHAB; do Sr. Edir Domeneghini,
Presidente da FGTAS; da Srª Jane Kuhn, Presidenta da FASE; do Sr. André Imar,
Presidente da PROCEMPA; do Sr. Roberto Kupski, Presidente do Instituto Solon
Tavares; do Sr. Nilo Santos, Presidente da FASC; da Srª Lúcia Zuchowski,
Diretora da EPTC; da Srª Marlene Sauer, Presidenta da FPE; do Prof. Francisco
Jardim, neste ato representando a Secretária Municipal de Educação, Srª Marilu
Medeiros; Ver. Wilton Araújo, Diretor do DMLU, neste ato representando o PPS.
Demais companheiros
aqui presentes, demais funcionários, funcionárias, dirigentes de órgãos
estaduais e municipais, senhores da imprensa: como já foi dito, este Grande
Expediente é em homenagem aos 60 anos do Partido Trabalhista Brasileiro.
Peço que o
Ver. Nereu D’Avila assuma a presidência dos trabalhos.
(O Ver. Nereu D’Avila assume a presidência dos
trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Nereu D’Avila): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra em Grande
Expediente.
O SR. ELÓI
GUIMARÃES: Ver. Nereu D’Ávila, já anunciei as presenças ilustres que compõem a
Mesa, as demais pessoas aqui presentes, companheiros dirigentes, Secretários
que atuam tanto na Administração Municipal quanto na Administração Estadual,
quero saudar os Vereadores e Vereadoras e demais pessoas que nos dão a honra de
suas presenças neste ato que registra o aniversário do Partido Trabalhista
Brasileiro.
Eu acho que,
Presidente Claudio Manfroi, falar do Partido Trabalhista Brasileiro é
exatamente falar de um trecho ou de um pedaço da história brasileira. Eu tenho
dito que se trata de uma sigla que sobreviveu aos episódios institucionais
político-militares de 1964, talvez a única. Eu diria que o PCB sobreviveu, mas
uma das únicas siglas que sobrevive à excepcionalidade de 1964 é exatamente o
Partido Trabalhista Brasileiro, o PTB. Essa sigla, essa bandeira foi empunhada
por um dos maiores estadistas latino-americanos que foi Getúlio Vargas; ele é o
criador do Partido Trabalhista Brasileiro, é ele que empunha essa bandeira.
Talvez pelas suas raízes fincadas na consciência do povo brasileiro, essa
sigla, sim, tenha varado as décadas, tenha passado o tempo resistindo a todas
as intempéries político-militares.
O Partido
Trabalhista Brasileiro, criado em 15 de maio de 1945, é um instrumento que
nasce, Ver. Raul Carrion, exatamente, com a capacidade político-social para
estabelecer a defesa dos grandes avanços dos trabalhadores deste País - aí a
grande razão e a grande sustentação do Partido Trabalhista Brasileiro. Um
Partido, uma entidade capaz, com densidade histórica, política, de sustentar o
projeto de Vargas, que foi o maior projeto implantado neste País. E eu dizia,
quando aqui homenageávamos o Dia do Trabalho, que, se conseguirmos conquistar
toda a produção político-trabalhista-social de Vargas, com a sua CLT, nós temos
que nos dar por agradecidos, porque esse é um daqueles grandes avanços que se
concedeu aos trabalhadores e que permanentemente estão sendo ameaçados. Se
conseguirmos manter toda essa história, toda essa legislação, nós efetivamente
estaremos cumprindo com os preceitos que instruem os princípios norteadores do
Partido Trabalhista Brasileiro.
Nós, aqui,
poderíamos falar muito mais, evidentemente, mas o tempo é extremamente escasso
para que se possa fazer, até, uma síntese de uma das maiores entidades
políticas da história brasileira, que é o Partido Trabalhista Brasileiro, que
teve, ao longo da história, nos seus princípios, a capacidade de tornar
possível o projeto brasileiro, porque o Partido Trabalhista Brasileiro tem como
pilar, como princípio, não rejeitar o capital. Não, absolutamente não. Nós
entendemos que o trabalho pode e deve viver com o capital. Aliás, disso o
Partido Trabalhista Brasileiro tem somadas razões, porque pregava isso antes da
queda do Muro de Berlim e antes da decomposição do império soviético. O Partido
sempre sustentou a possibilidade político-ideológica de que é possível, sim,
uma sociedade em que se possa harmonizar o trabalho e o capital. Evidentemente,
nós damos prevalência ao trabalho, porque é este, no nosso juízo, no entendimento
dos trabalhistas, dos petebistas, o instrumento básico e fundamental para que
façamos exatamente o desenvolvimento, para que façamos justiça.
Então, é uma
rica história que tem o Partido Trabalhista Brasileiro, que, ao longo da sua
caminhada, ao longo da sua história, teve muitos revezes. É bom que se diga: eu
tive o privilégio de participar de um determinado momento dessa história. Eu
comentava isso ao convidar o Ver. Nereu D'Avila para assumir a direção dos
trabalhos; aliás, nós dois somos da ala moça do PTB. Quando muito jovens, às
vezes até de calça curta, participávamos da ala moça do Partido Trabalhista
Brasileiro, que hoje é a juventude. Posteriormente, houve todos aqueles
episódios pós-anistia, toda aquela discussão que se travou na disputa da sigla.
A partir dali, Presidente Manfroi, abriram-se, na minha opinião, dois esgalhos
nessa árvore, nesse tronco, que é o Partido Trabalhista Brasileiro: o PTB e o
PDT. Quando nós éramos do MDB e discutíamos a sigla, dizíamos ao Dr. Brizola,
àquele grande político: “Olha, Dr. Brizola, nós estamos chegando do Rio Grande
e, conversando com os companheiros, queremos-lhe transmitir isto: nós, os
gaúchos, não conseguimos ver V. Exª fora do PTB, nem o PTB fora de V. Exª“, tal
o amálgama que havia naquela grande figura de Leonel Brizola.
Decorrido
algum tempo, o Partido Trabalhista Brasileiro é retomado aqui por um grupo de
grandes figuras - e está aqui uma grande figura do Partido, a do seu
Presidente, Claudio Manfroi -, como a do Senador Sérgio Zambiasi, que continua
tendo recordes de votos e que pegou a bandeira do PTB. Tenho dito, em reuniões
do Partido - e não digo quando o Senador está presente -, que, se não fora
aquele braço forte do Senador Sérgio Zambiasi, na meca do trabalhismo, com
tantas figuras exponenciais, históricas, dificilmente se formaria o PTB aqui no
Rio Grande do Sul; precisaria uma liderança com aquela densidade eleitoral
para, enfim, empunhar com força e garra essa grande bandeira que é a
bandeira do trabalhismo.
A Sra. Manuela
d'Ávila: V. Exª permite um aparte?
O SR. ELÓI
GUIMARÃES: Gostaria de ouvir a Verª Manuela d'Ávila e de incorporar o seu discurso
ao meu.
A Sra. Manuela d’Ávila: Ver. Elói
Guimarães, o Partido Comunista do Brasil gostaria de parabenizar os 60 anos do
Partido Trabalhista Brasileiro, reconhecendo que, assim como nós do PC, o
Partido Trabalhista é um Partido de uma luta histórica em defesa dos direitos
dos trabalhadores. Nós sabemos dos inúmeros momentos da nossa história em que
estivemos juntos, lado a lado, defendendo o projeto nacional, defendendo o
nosso País, como foi e como é neste momento com o Governo Lula, com o Senador
Sérgio Zambiasi ajudando e colaborando para o êxito deste Governo, no rumo das
mudanças; como é também com a nossa juventude, que tem uma relação fantástica
com o MJT, a juventude do PTB. Por isso tudo, que se comemore muitos 60 anos
dessa história gloriosa do Partido Trabalhista Brasileiro. Muito obrigada.
(Palmas.)
O SR. ELÓI
GUIMARÃES: Sou grato a V. Exª.
O Sr. Adeli
Sell: V. Exª permite aparte? (Assentimento do orador.) Da mesma forma, em nome
da Bancada do Partido dos Trabalhadores, quero parabenizar a luta histórica do
PTB, em especial essa trajetória que foi traçada em defesa da Nação brasileira,
dos interesses dos trabalhadores e do nosso povo. Vida longa ao PTB. Obrigado.
(Palmas.)
O SR. ELÓI
GUIMARÃES: Nós encerramos, agradecendo a generosidade da Mesa e cumprimentando
aqui todos os companheiros e companheiras que nos honram com as suas presenças.
Obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
(O Ver. Elói
Guimarães reassume a presidência dos trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Elias Vidal está com a palavra em Grande
Expediente.
O SR. ELIAS
VIDAL: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; senhores integrantes desta Mesa;
todas as autoridades aqui já nominadas; nossos Vereadores, nossas Vereadoras;
hoje Prefeito, nosso grande Eliseu, nosso médico, nosso sempre Deputado, homem
público, homem de bem, homem de coração, alegra-nos nesta tarde a sua presença
e de todos os nossos demais Deputados, nossos líderes. Temos os nossos
Secretários de Município aqui, como o Secretário Cassiá Carpes, através do qual
externo o nosso abraço a todos os demais Secretários. Fica difícil nominarmos
as nossas lideranças, porque se encontram aqui militantes do PTB, as suas
grandes lideranças, cada um que está aqui, nesta tarde, é um grande líder, e eu
teria muita dificuldade de nominar nome por nome, porque são grandes líderes
que ajudaram na construção, na trajetória do PTB contemporâneo, o mais recente.
Mais o nosso Presidente, Claudio Manfroi, nossa alegria, nosso grande Líder se
faz aqui presente.
Quero dizer
algumas coisas. Primeiro, que sinto um orgulho, uma honra muito grande de fazer
parte do PTB, de uma Bancada, não tão grande, mas grande na forma como se
compõe. Nosso Presidente da Câmara, Elói Guimarães, nosso homem de experiência:
é uma honra fazer parte dessa Bancada, com o contraponto da juventude do
Maurício, que é um jovem Vereador, com uma trajetória linda pela frente, e eu
também tenho a honra de estar a seu lado. O nosso Ver. Brasinha, por motivo
pessoal, não se faz presente, mas pediu que eu mencionasse que ele deve chegar
a qualquer momento e manda um abraço a todos os nossos amigos militantes,
nossos Líderes do PTB.
O Sr. Ibsen
Pinheiro: V. Exª permite um aparte?
O SR. ELIAS
VIDAL: Se for breve, meu amado Vereador, para que eu possa ter a honra de falar
para toda essa gente linda e maravilhosa que está aqui nesta tarde.
O Sr. Ibsen
Pinheiro: Eu procurarei ser breve, embora seja muito extenso o sentimento que eu
quero expressar. Nobre Ver. Elias Vidal, cumprimento V. Exª, combativo Líder de
uma Bancada tão presente nesta Casa. Eu me associo, com muito gosto, à
homenagem que se faz ao Partido Trabalhista Brasileiro e o faço em nome do
PMDB, que se sente muito vinculado a essa história do PTB. De certa forma, o
MDB gaúcho nasceu do ventre do trabalhismo, quando a mão do arbítrio extinguiu
os Partidos, inclusive o grande Partido popular que se forjava àquela época, o
PTB. E esse sentimento se completa quando o PTB moderno, novo surgiu, por sua
vez, de ventre do MDB, já que este foi o Partido “guarda-chuva” de todas as
forças populares e democráticas excluídas do processo político durante o regime
militar. Não podia faltar uma manifestação de afeto do PMDB ao seu velho
parceiro, o PTB. (Palmas.)
O SR. ELIAS
VIDAL: Nobre Ver. Ibsen Pinheiro, quando nós respeitamos um Partido, na
realidade, nós estamos respeitando um cidadão. O PTB respeita todos os Partidos
e sente-se honrado pelo respeito dos outros Partidos em relação ao PTB.
O Sr. Ervino
Besson: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Meu querido colega,
Ver. Elias, serei rápido. Quando se fala na história deste País, o trabalhismo
tem de estar presente como linha de frente dessa história. V. Exª sabe muito
bem disso, e eu, em nome da minha Bancada, o PDT, quero saudar toda a
companheirada do trabalhismo que se encontra neste plenário. Hoje, aqui, meu
amigo, é lembrada uma história deste País, e nessa história nós estamos
incluídos. Meu abraço fraterno e parabéns a V. Exª.
O SR. ELIAS
VIDAL: Muito obrigado.
O Sr. Luiz
Braz: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Elias Vidal,
muito embora, hoje, eu esteja em outra sigla, não posso deixar de admirar o PTB
por tudo aquilo que ele representou para mim nos doze anos em que estive nessa
sigla. Eu fui durante dez anos Líder dessa Bancada aqui na Câmara Municipal,
fui duas vezes Presidente desta Câmara e tenho um carinho muito especial pela
sigla e por todos vocês que fazem parte desse grande Partido, que hoje,
infelizmente, não é mais a minha sigla, mas, com certeza absoluta, guardo-o no
meu coração. Um grande abraço. (Palmas.)
O SR. ELIAS
VIDAL: Obrigado.
A Srª Clênia
Maranhão: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, queríamos
também em nome da minha Bancada, composta por esta Vereadora e pelo Ver. Paulo
Odone, saudar V. Exª, saudar todas as autoridades, as lideranças do PTB e, em
nome do Vice-Prefeito Eliseu Santos, dizer que é um prazer muito grande poder
ouvir um pouco da história do trabalhismo brasileiro, pelo que ele significou e
pelo que significa do ponto de vista da constituição política no País, e, sobre
isso, tem que ter o reconhecimento de todas as siglas e de todos os Partidos.
Parabéns.
O SR. ELIAS
VIDAL: Obrigado.
A Srª Mônica
Leal: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, vou ser
bem rápida porque já houve muitos apartes. Eu gostaria de cumprimentá-los, na
pessoa do Vice-Prefeito, e, em nome da minha Bancada, constituída por esta
Vereadora e pelos Vereadores João Antonio Dib e João Carlos Nedel, dar
parabéns, é muito gratificante ouvir a história do Partido de vocês. Obrigada.
O SR. ELIAS
VIDAL: Obrigado.
Retomando o
nosso pensamento, eu espero que o Presidente seja generoso e me dê um desconto,
para que eu possa concluir o meu pronunciamento. Quero dizer o seguinte: quando
a Bancada do PTB chamou toda a sua nominata e fez uma demonstração pública de
reconhecimento, daqueles que concorreram e não ganharam por um lado, mas
ganharam de outro lado, que contribuíram para que se formasse aqui uma Bancada,
o PTB chamou essa nominata e a presenteou com uma placa dando uma demonstração
pública do reconhecimento, e esta é a essência do PTB: a valorização do ser
humano.
Eu gostaria de
fazer um destaque também a outro aspecto. O PTB e este Vereador já contribuem
há dez anos, indo para onze anos na história desse PTB mais recente, e ouvia no
passado algumas lideranças dizendo de repente assim: “O PTB é um Partido
social, é um Partido que trabalha com o coração, é um Partido que pensa com o
coração. Não é um Partido que pensa com a razão”. Mas se enganaram. Hoje o
pensamento é diferente.
O nosso
Deputado Sérgio Zambiasi, hoje Senador, assumiu a Presidência da Assembléia
Legislativa por dois anos e deu uma demonstração pública de administração, de
competência. O Deputado saiu e foi para Brasília como Senador; logo à frente,
assumiu a Presidência da Assembléia Legislativa o Deputado Pietroski, dando uma
demonstração, já nos primeiros meses, também de competência.
Se V. Exas.
forem à Assembléia, verão ali o Espaço do Vereador. Que coisa nobre, que coisa
linda, que contribuição para a sociedade! É uma repercussão em todos os
Municípios, dando qualidade de vida, dando transito mais rápido e fácil aos
trâmites políticos da Capital. Isso demonstra que o PTB é um Partido que
trabalha essencialmente com o coração, mas também tem em seus quadros homens
competentes e que tem muito de razão na sua administração. (Palmas.)
Não poderia
deixar de destacar algumas pessoas que, ao meu ver, são homens que contribuíram
muito. É claro que todos contribuem para o crescimento do PTB, mas faço um
destaque muito especial ao nosso Presidente do Partido Estadual, Claudio
Manfroi, um guerreiro, um general, um homem que vai à frente, que dá as
coordenadas, juntamente com o Ivandre, juntamente com o Leão de Medeiros, como
também o nosso Secretário Cassiá e tantas outras lideranças já mencionadas -
por questão de tempo, agora não vamos mencioná-las.
Deixo aqui o
nosso agradecimento, como Líder da Bancada, em nome do nosso Partido. E quero
dizer que é uma honra, uma satisfação, um privilégio muito grande participar de
um Partido que é reconhecido como um Partido de fidelidade, um Partido que
honra seus acordos, um Partido que é disputado, muitas vezes, para fazer acordo
com outros Partidos, porque ele tem honrado todas as suas negociações
políticas, no sentido da honra, no sentido da verdade. O nosso Partido aqui, no
Rio Grande do Sul, tem uma marca diferenciada de todo o Brasil, e eu, como
gaúcho, sinto-me muito honrado de participar desse Partido.
Vida longa a
todos os petebistas como também a todos os demais Partidos que compõem a
representação da sociedade. Um beijo no coração de todos. Muito obrigado.
(Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Tantas presenças ilustres! Nós queremos registrar a
presença da Srª Iara Lopes, que é a Presidenta do PTB Mulher; do Sr. Carlos,
que é Presidente do PTB A Jato; o Sr. José Eli Medeiros, que é Secretário
Adjunto da Saúde; o Sr. Carlinhos Vargas, que é Vice-Presidente do PTB,
ex-Presidente da Juventude Nacional do PTB; também o Nenê, que é
Secretário-Adjunto da Secretaria da Juventude.
O Ver. Maurício Dziedricki está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. MAURÍCIO
DZIEDRICKI: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os
componentes da Mesa e demais presentes.) É com muita satisfação que subo a esta
tribuna, fazendo uso do tempo de Liderança da minha Bancada, para registrar o
transcurso dos 60 anos do meu Partido, o Partido Trabalhista Brasileiro. Há de
se valer o resgate histórico feito pelo companheiro Elói Guimarães, pelo
companheiro Elias Vidal de todas as grandes conquistas que o nosso Partido
imprimiu no curso dos 60 anos; conquistas de trabalho, conquistas trabalhistas
plenas e conquistas sociais para o povo brasileiro, mas coube a este Vereador
tratar de um realidade, por ser o mais jovem desta Bancada, do novo tempo que
vivemos.
Esse novo
tempo, na condução do Senador Sérgio Zambiasi, fez com que, em nosso Partido,
trouxéssemos mais uma marca: não mais somente seremos lembrados pelo trabalho;
a partir da nossa condução, somos lembrados como o PTB da solidariedade, o PTB
que olha o próximo com respeito, o PTB que milita na inclusão social de todos.
Eu tenho orgulho de participar desse Partido, por ser uma escola de formação
política, por ser uma escola de representatividade cidadã, por ser uma escola
de solidariedade. Tive a honra de cursar essa escola através do Movimento da
Juventude Trabalhista. E, aqui, quero referendar o meu Presidente, companheiro
Nilo Peixoto, que cuida das questões de Porto Alegre; companheiro Fernando
Becker, Presidente Estadual da Juventude. Quero dizer que tive a honra de
participar, de presidir e de militar no Movimento Estudantil, na inclusão dos
jovens nas oportunidades de emprego, o jovem tratado como protagonista social,
não mais como mero coadjuvante. Essa foi uma das conquistas do nosso Partido,
das nossas militâncias, das nossas grandes causas. Essa representatividade nos
trouxe até esta Casa, pela força do nosso mandato, pela força da nossa Bancada.
Nesta Casa,
nós, os Vereadores da Bancada do PTB, temos a honra, em particular este
Vereador, de contar, em meu Gabinete, com o trabalho da companheira Iara Lopes,
Presidente Estadual do PTB Mulher (Palmas.), registrando para cada um dos meus
companheiros que a representatividade feminina se faz valer, sim, nesta Casa,
na luta pelos Conselhos de participação, na luta pela democracia, pela inclusão
da mulher, participando dos Conselhos de saúde, na militância, na participação
plena e na representatividade política. O mesmo carinho por esse belo elenco de
mulheres que temos no Partido registramos ao PTB a jato, na pessoa da
companheira Tia Sônia, hoje, Secretária Municipal da Administração (Palmas.),
que nos deixou aqui a condução dos trabalhos, o companheiro Carlos, que
representa os servidores desta Casa. É com satisfação que nós agradecemos o
carinho como somos tratados. Da mesma forma, lembramos o “PTchêB”, que fala
pelos gaúchos e gaúchas de todos os rincões. Lembramos também do que nós
tratamos diariamente neste Parlamento: das questões comunitárias com o PTB
comunitário, na pessoa da companheira Maria Horácia Ribeiro, na luta da UAMPA,
FRACAB, nas comunidades de barro e nas comunidades de asfalto, representando
todos. Não podemos deixar de nominar o Instituto Solon Tavares, um órgão gestor
político e intelectual do meu Partido.
E quero
concluir, Sr. Presidente, a minha manifestação endereçada ao Presidente
Estadual do meu Partido, o companheiro Claudio Manfroi: nós somos muitos,
Manfroi, muitos movimentos, muitos órgãos, mas somos uma só voz porque temos
uma condução plena, profícua, legal e moral, através do seu trabalho e através
da representatividade do Senador Sérgio Zambiasi. Essa condução me faz
registrar neste Plenário que, em relação a tudo o que está sendo noticiado pela
imprensa nacional, pela imprensa estadual, nós, do Diretório Estadual, do Diretório
Municipal, Vereadores, Parlamentares, homens que detêm a ficha de filiação no
nosso Partido, reprovamos e exigimos a apuração completa pelos órgãos de
Governo, porque, aqui no Rio Grande do Sul, temos um diretório independente,
marcado pela participação do Senador Sérgio Zambiasi, com profícua moralidade.
Este registro, Presidente Manfroi, nos faz e nos fez chegar até a condução do
nosso Partido, com pleno respeito ao cidadão, e, com certeza, a nossa coragem,
a nossa determinação e o nosso comprometimento nos farão chegar muito mais
longe. Saudações trabalhistas a todos os companheiros. Parabéns pelos nossos 60
anos! (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Registro a presença na Mesa do Deputado Aloísio
Classmann; do Diretor de Cerimonial da Assembléia Legislativa, o Sr. Everton
Braz; do Sr. Ruy Antônio de Freitas, ex-Prefeito de Santana da Boa Vista,
Diretor-Geral da Secretaria de Turismo, Esporte e Lazer, que representa o
Deputado Lara.
O Sr. Claudio
Manfroi, Presidente Regional do Partido Trabalhista Brasileiro, está com a
palavra.
O SR. CLAUDIO
MANFROI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras. (Saúda os
componentes da Mesa e demais presentes.) Nossa militância, nossos Secretários,
nossos Diretores, todos estão aqui para prestar esta homenagem aos 60 anos de
vida, 60 anos de história do PTB, talvez uma das histórias mais bonitas da
política brasileira.
Quero
ser breve, porque, a pedido da Mesa, vamos dividir o nosso tempo com o Prefeito
Eliseu Santos. É muito gratificante para nós, que fizemos política no
dia-a-dia, com decência, estarmos hoje, aqui, na condição de Presidente do PTB
no Rio Grande do Sul. Trabalhamos os últimos 18 anos para reorganizar, recriar,
fazer com que a sigla do PTB pudesse voltar a orgulhar uma camada significativa
do povo gaúcho. Fizemos isso através da figura de uma das principais lideranças
deste Rio Grande, o hoje Senador Sérgio Zambiasi. Todos do nosso Partido que
por aqui passaram se referiam a esse homem público. Nós, do PTB, não podemos
dizer nada do PTB se não falarmos nele. Realmente, o Senador Zambiasi é uma
pessoa que, ao longo da sua trajetória pessoal, da sua trajetória de homem
público, da sua trajetória de político neste Estado, soube honrar, soube
dignificar, soube fazer com que todos nós, da militância no nosso Partido,
tivéssemos um orgulho muito grande de ser petebistas. Então, em nome dessas
pessoas, em nome do PTB, eu quero agradecer o carinho da Câmara de Vereadores
de Porto Alegre, através de todos os Vereadores e dizer que nós somos do PTB do
Rio Grande do Sul e não temos vergonha nenhuma de sermos do PTB. (Palmas.)
Claro que o
dia de hoje, e eu não poderia deixar passar isso em branco, não é para nós um
dia muito feliz, há notícias que veiculam a nossa sigla partidária...há
notícias, insinuações, em nível nacional, que prejudicam toda a Nação. Vocês
nem imaginam como isso machuca a gente! Dói bastante. Eu aqui me sinto, de
certa forma, por esse episódio, constrangido, porque na verdade isso também
compromete a Administração Federal. Mas, com o passar dos dias, deverá vir à
tona a real situação do que está sendo dimensionado em nível nacional, e, nessa
altura dos acontecimentos, as pessoas que têm que tomar conta do resultado
disso, com certeza, saberão fazê-lo. Então, quero aqui novamente registrar que
nós continuamos de cabeça erguida e absolutamente não nos envergonhamos em nada
do nosso PTB. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Vice-Prefeito Eliseu Santos, Prefeito em
exercício, está com a palavra.
O SR. ELISEU
SANTOS: Exmo Sr. Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre,
Ver. Elói Guimarães; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras. (Saúda os
componentes da Mesa e demais presentes.) É com emoção que ocupo esta tribuna.
Toda vez que ocupo esta tribuna a adrenalina bate e o coração dispara, porque
foi aqui, nesta Casa, que dei os meus primeiros passos na política. Foi aqui,
nesta Casa, que dividi algo sagrado, o tempo da minha profissão de médico, anos
e anos de plantões e salas de cirurgia, com o espaço político. Esta Casa foi o
início, aqui fui batizado politicamente, e hoje me sinto muito feliz e
emocionado por estar, como Prefeito em exercício, participando desta homenagem
ao meu querido Partido Trabalhista Brasileiro, do qual me honro em fazer parte.
Quando fui
convidado pelo então Deputado e amigo, hoje Senador Sérgio Zambiasi, para
ingressar na política, como eu já disse, para dividir um espaço sagrado da
minha vida, pelo qual lutei muito - filho de um operário da Zona Norte,
consegui ingressar na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul -, pensei neste Partido, que a história deste meu País têm
demonstrado que foi o Partido que fez justiça - não beneficiou, porque
trabalhador brasileiro não precisa de benefício, precisa de justiça -, porque
todas as normas, todas as leis e tudo aquilo que faz justiça ao trabalhador
brasileiro saiu das entranhas do Partido Trabalhista Brasileiro. Então, naquele
momento eu disse: “Esse é o meu Partido”. Houve momentos em que até na bandeira
do PTB havia assim: PTB-RS. E nós tínhamos muito orgulho em olhar para aquela
bandeira e dizer: “Esse é o PTB gaúcho, esse é o PTB dos gaúchos”. Nós somos um
povo diferente, e a história brasileira mostra que o gaúcho tem uma história
especial. Hoje o “RS” saiu, nós somos um PTB nacional, como numa família, em
que às vezes um irmão pensa uma coisa, e o outro irmão pensa outra, mas temos a
dignidade e a honra de dizer que amamos o nosso Partido, confiamos no nosso Partido,
sentimos orgulho do nosso Partido.
Eu trago
também, meus amigos, um abraço do meu querido amigo José Fogaça, que está na
Alemanha a trabalho, mas solicitou-me que trouxesse um abraço, seu cumprimento
a todo o nosso Partido Trabalhista Brasileiro. Eu agradeço a Deus por estarmos
num momento como este, de termos a maturidade para administrarmos esta Cidade,
a Câmara dos Vereadores, a Assembléia Legislativa, dezenas de Prefeituras e
também participarmos ativamente da Administração Federal, pois o Partido
Trabalhista é um Partido patriótico, está sempre com as portas abertas, com os
braços abertos para, junto com qualquer segmento deste País que queira o bem do
seu povo, partilhar. E estamos partilhando, hoje, de Norte a Sul deste País.
Muito obrigado a todos vocês, que Deus os abençoe. Viva o Partido Trabalhista
Brasileiro! (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Encerramos o Grande Expediente destinado a
homenagear o Partido Trabalhista Brasileiro, agradecendo a presença do Sr.
Prefeito Municipal em exercício, Vice-Prefeito Eliseu dos Santos; Sr. Claudio
Manfroi, Presidente do PTB; Srs. Deputados, Srs. Secretários e Sras
Secretárias, Srs. Diretores; ex-Vereador Leão de Medeiros, Presidente do
Diretório Metropolitano; e de todos os presentes. Estão suspensos os trabalhos
para as despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 15h38min.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães - 15h42min): Estão reabertos os trabalhos.
Passamos às
O Ver. Luiz
Braz está com a palavra em Comunicações.
O SR. LUIZ
BRAZ: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, quero-me
reportar aos acontecimentos da semana passada. Quinta-feira foi um dia que tem
que ficar registrado não apenas na memória dos Vereadores desta Casa, mas na
memória de toda a sociedade.
Dois temas
extremamente importantes estiveram sendo tratados. Um deles, de um Projeto que
corre Pauta, falando sobre nepotismo. Em relação a esse Projeto, Verª Neuza
Canabarro, quando terminou a discussão sobre nepotismo, quando as emissoras de
rádio, televisão e os jornais apanharam aqui as informações, os folhetins e
levaram para os seus órgãos, para poderem noticiar à população, toda a Cidade
ficou com um pensamento: a única pessoa dentro da Câmara Municipal ou dentro do
complexo Município de Porto Alegre que emprega um parente é o Ver. Luiz Braz. É
isso que passou. Eu não abri a boca, Ver. Dr. Goulart, para acusar nenhum
companheiro, porque acho que esta Casa não pode ser uma Casa de covardes. Esta
Casa aqui deve ser um local onde quem toma uma atitude ou quem toma um caminho
deve saber por que o faz e deve defender isso.
E eu vim a
esta tribuna aqui e disse exatamente por que, dentro do meu gabinete, há 23
anos, conto com o trabalho da minha mulher, que é uma advogada - e não há
uma pessoa nesta Cidade que votou em mim que não tenha conhecimento disso. Não
há pessoa que votou em mim que não tenha conhecimento disso! E eu gostaria,
Ver. Elói Guimarães, que os outros Vereadores, na mesma situação, também
pudessem vir a esta tribuna - afinal de contas, isto é um Parlamento - discutir
essa questão, para darmos um endereçamento a ela. Eu não coloco aqueles que
defendem esse tipo de relação como sendo imorais e os que defendem o Projeto do
Ver. Aldacir Oliboni como defensores da moral. Agora, eu acho que os Vereadores
não podem simplesmente se omitir e deixar que a imprensa fique pensando que o
único Vereador que está nesta situação é o Ver. Luiz Braz. Não é assim! Até
porque esta Casa tem uma história, tem memória, tem registros, e nós temos de
lidar com tudo isso para discutirmos essa questão com honestidade, com
seriedade. Essa foi uma questão tratada, e eu acho, é claro, como ela não está
encerrada, tenho de continuar. O Ver. Aldacir Oliboni já distribuiu o seu
folhetim para acusar, no meio da sociedade, este Vereador como se fosse
exclusivo nessa questão. Mas topo tudo isso, sinceramente, eu não tenho medo
desse tipo de enfrentamento.
Outra questão
foi a mentira colocada exatamente no embate, no final da Sessão. E essa mentira
teve proporções, atingindo depois os meios de comunicação, acabou chegando lá
com o teor de que este Vereador - e quem estava aqui viu e pode ser testemunha
- quis agredir a Verª Manuela, como ela chegou a dizer em um dos meios de
comunicação. Eu nem vi a Verª Manuela naquele instante, nem olhei para a Verª
Manuela! Então, essas mentiras, de repente, acabam criando uma imagem falsa
para quem está ouvindo a respeito do que aconteceu aqui nesta Casa. Eu jamais
fui de tergiversar, de fugir de embates. Eu fui criado em embates, fui criado
enfrentando problemas. Então, eu estou acostumado a isso. Jamais vou fugir! No
entanto, vou sempre detestar, odiar a mentira, porque a mentira não nos leva a
parte alguma, não nos leva a lugar nenhum.
E quero, por
favor, chamar o testemunho de todos os Vereadores desta Casa, de todas as
pessoas que estavam nesta Casa naquele dia, para que possam afirmar se estou ou
não faltando com a verdade ao dizer o que eu estou falando agora. Este Vereador
estava inconformado com aquilo que acontecia? Sim. A minha questão era
simplesmente voltada contra o Ver. Raul Carrion. E a minha intenção não era
agredir o Ver. Raul Carrion. Eu só queria chegar até o Ver. Raul Carrion e
falar com ele. Essa era a questão que estava sendo colocada naquele instante.
E, assim, terminou a Sessão. Mas, infelizmente, as notícias que foram passadas
foram, mais uma vez, para tentar fazer com que as pessoas acreditassem em uma
violência ou em uma covardia que não é natural acontecer com relação às
atitudes tomadas por este Vereador.
E, quando eu disse que tinha muito respeito pelos
meus 23 anos aqui nesta Casa, praticamente houve quase que um deboche. Eu quero
dizer que tenho muito orgulho do meu passado. Para mim, esses 23 anos são,
praticamente, um patrimônio - aquilo que restou para que eu pudesse passar para
os meus filhos. Eu não tenho patrimônio físico, eu não tenho patrimônio em
dinheiro, não tenho terrenos, mas o que restou é, exatamente, essa memória de
alguém que passou por esta Casa, durante esses 23 anos, com honradez e
enfrentando todas as batalhas com firmeza e com honestidade.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Mario Fraga está com a palavra em
Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Maurício Dziedricki.
(O Ver. Nereu
D’Avila reassume a presidência dos trabalhos.)
O SR. MARIO
FRAGA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, todos que
nos assistem pela TVCâmara, gostaria de deixar registrado um agradecimento ao
Ver. Maurício e também parabenizá-lo pelos 60 anos do Partido Trabalhista
Brasileiro, ao qual nós, do PDT, nos associamos também. Da minha parte digo que
infelizmente não estamos unidos, pois ficaríamos bem mais fortes: PTB e PDT.
Talvez num futuro, talvez até com essa dissidência gaúcha isso possa vir a
acontecer novamente, Ver. Nereu, que preside os trabalhos neste momento. Quem
sabe, o PDT do Rio Grande do Sul saiba que a estirpe dele, com certeza, é
diferente do PTB nacional.
Venho a esta
tribuna também para falar das demandas que tivemos no Orçamento Participativo,
do qual a base de Governo participou com suas comunidades, em especial a nossa,
de Belém Novo e da Restinga, totalizando, entre Belém e Restinga, mais de mil e
quinhentas pessoas que participaram do OP. Para nós, do novo Governo, do Governo
Fogaça, foi muito importante; para este Vereador, não, pois nós já
participávamos do Orçamento Participativo na nossa região, na Região Sul e
Extremo Sul.
Eu também
queria neste momento vir à tribuna - eu havia tentado fazer um aparte ao Ver.
Luiz Braz -, porque com certeza não é o Ver. Luiz Braz o único a ter parente
nesta Casa. Eu, com muito orgulho, tenho parente nesta Casa. Tenho o meu irmão,
que é meu Assessor Legislativo, que trabalha dentro deste plenário. Quem está
nesta Casa - eu poderia citar como exemplo o Ver. Luiz Braz - também conhece o
meu irmão, que desde 1992, quando fui eleito, veio para cá. E, quando não fui
eleito, passou algumas dificuldades, principalmente quando perdemos o Governo,
pois o PDT “sofreu na carne”. E hoje, quando consigo voltar, com cinco mil e um
votos, aparece um Projeto que proíbe que o meu irmão, que me ajudou dia e noite
nesta Casa, que é de confiança plena, como os outros que participam do meu
gabinete, trabalhe nesta Casa.
Não entendo
como o Partido dos Trabalhadores, que durante 16 anos governou esta Cidade, não
apresentou um Projeto antes...apresentou um Projeto, mas não deixou passar;
esse Projeto já tramitou na Casa. O Projeto do Ver. Aldacir Oliboni menciona
que o João Verle - meu colega em 1992, 1993; assim como o hoje Vice-Prefeito
Eliseu Santos - teve 16 anos para apresentar, como base de Governo, tendo a
maioria na Casa, mas não levou adiante e hoje apresenta isso. Queria deixar o
meu repúdio a essa maneira de vetar a presença do Cargo de Confiança no gabinete
do Vereador.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nereu D'Avila ): A Verª Neuza Canabarro está com a palavra em
Comunicações.
A SRA. NEUZA
CANABARRO: Sr. Presidente, nobre Vereadoras, nobres Vereadores, hoje eu vou sair
dos temas do Município, porque não poderia deixar de registrar aqui algo que me
impressionou profundamente. Nós sabemos que, no dia de hoje, o Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem Terra chegou a Brasília. Doze mil pessoas marcharam
por 211 quilômetros, de Goiânia a Brasília, e o mais impressionante é que a
disciplina é extremamente rígida: a obediência à hierarquia, a distribuição de
tarefas pelas “brigadas” e toda a logística empregada nesse enorme deslocamento
só têm paralelo com os serviços de intendência de modernos exércitos, embora
poucos disporão de recursos como caminhões-pipa, banheiros químicos, cozinhas
sofisticadas como as de que dispõe o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem
Terra.
Antes de
iniciar a marcha “contra o Palocci”, o MST treinou, durante onze meses, três
mil militantes, em 23 Estados, para que assumissem o comando dos “marchantes” e
a infra-estrutura logística da mobilização. Fizeram-se necessárias para os
militantes 1.200 pessoas, em 23 equipes de cozinheiros, encarregadas de
produzir 22 mil marmitas por dia e cozinhar conforme o costume alimentar de
cada Estado. Há dez caminhões-pipa que fornecem 250 mil litros de água por dia.
São gastos cem botijões de gás por dia em 115 fogões industriais. A equipe de
higiene cuida de cem banheiros químicos - transportados por três caminhões - e
organiza o banho dos militantes.
Na marcha,
foram montados acampamentos a cada 20 quilômetros por uma equipe de
infra-estrutura de 350 integrantes, 24 caminhões para o transporte de 12
barracas com capacidade, Ver. Dib, para 600 pessoas e 20 barracas para 200
pessoas. Trinta ônibus transportam 130 crianças, idosos e mulheres grávidas.
Há oito
ambulâncias, e o atendimento médico é de 50 casos por dia. A brigada da
segurança tem 300 militantes, identificados pelo colete vermelho. Cuidam eles
de manter a fila dos “marchantes”, de abordar os que param durante a caminhada,
de evitar a infiltração e proibir a entrevista. Só podem ser entrevistados com
um coordenador ao lado.
Talvez o
departamento mais sofisticado, Ver. Haroldo, seja exatamente o da comunicação,
visto que o MST instalou uma emissora em um dos três caminhões de som que
acompanham a marcha. Diariamente, nas paradas, para descanso, há as sessões de
doutrinamento.
Tudo isso é
pago com recursos de variada procedência. Hoje pela manhã, eu ouvia, no
Ranzolin, perguntarem de onde vinham os recursos, e eles respondiam: “Da força
do povo, dos movimentos sociais.” Mas não esclareciam exatamente de onde vinham
os recursos para pagar toda essa infra-estrutura. Houve os generosos
fornecimentos do Governo de Goiás, da Prefeitura de Goiânia, e ainda de
fazendeiros - como se fosse um pedágio, por onde passavam, os fazendeiros iam
dando recursos.
Mas o mais
fantástico de tudo, a maior demonstração de força do MST está sintetizada por
um policial, da Polícia Rodoviária Federal, que acompanha o deslocamento desde
Goiânia e não interferiu nem quando o grupo rebentou cercas e invadiu fazendas,
para pernoite, quando disse: “Não temos voz de comando nem somos autoridade
aqui. Pelo volume de pessoas, fica fora do nosso controle. Eles é que mandam.”
Vejam bem, eles é que mandam e hoje estão em Brasília. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Nereu D’Avila): A Verª Mônica Leal está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
A SRA. MÔNICA
LEAL: Sr. Presidente; Líder do meu Partido, Ver. João Antonio Dib, a quem
agradeço o tempo cedido, quero registrar perante os Srs. Vereadores que, pela
primeira vez, ocupo esta tribuna de forma diferente das outras vezes:
indignada, chateada e impressionada com os fatos que ocorreram na nossa Cidade.
Trago minha inconformidade com os fatos ocorridos na semana passada, na
madrugada de domingo, 8 de maio, tendo como cenário o bairro Cidade Baixa, aqui
na nossa querida cidade de Porto Alegre. Pois, pasmem os senhores, um grupo de
marginais atacou a facadas e porretadas, covardemente, jovens da comunidade
judaica, causando sérios ferimentos em dois deles, os quais foram internados no
Hospital de Pronto Socorro, um deles correndo risco de morte.
Em pleno século XXI, é inconcebível e inadmissível
a existência de atos dessa natureza. Não podemos, de forma alguma, calar ante
tamanha bestialidade.
É elogiável a rapidez da nossa Polícia Civil - do
pessoal do Departamento de Polícia Metropolitana, que tem como chefe o Delegado
Paulo César Jardim - e do Poder Judiciário, pela forma clara com que estão
sendo apuradas as responsabilidades. O fato é muito grave, pois se trata de uma
tentativa de assassinato. Não podemos, de forma alguma, aceitar racismo na
nossa Cidade, segregacionismo e violência contra judeus ou contra qualquer
outro grupo étnico ou religioso.
Como Vereadora, quero deixar registrado, nesta
tribuna da Casa do Povo de Porto Alegre, que esta Cidade não vai e não pode
tolerar a existência e a ação de extremistas que, passados 60 anos do término
da 2ª Guerra Mundial, de tão dolorosa memória, ainda encontram inspiração na
doutrina sanguinária de Adolf Hitler. Nós, da cidade de Porto Alegre, tivemos
nesta semana, em todas as manchetes de Porto Alegre, o registro das atitudes
dos skinheads presos por suspeita de racismo. (Mostra manchetes em
jornais.) (Lê.) “Presos neonazistas que agrediram jovens em Porto Alegre”,
“Neonazistas queriam matar jovens”, “Neonazismo é condenado”.
Os agredidos
no bairro Cidade Baixa eram três jovens que usavam kipá na cabeça, que é
uma forma de identificação que os judeus usam. Ficamos todos alarmados com
crimes dessa natureza, que não podem, de forma alguma, ficar impunes. São
grupos articulados com objetivo de propagar a doutrina nazista e neonazista
pregando ações violentas. Utilizam a Internet também para a divulgação dessa
doutrina. Atenção, autoridades, pois não é um fato isolado, já aconteceram
outros episódios; esse é o terceiro episódio num período de três anos. São
grupos articulados, à espreita; tentam ameaçar o Estado organizado e
democrático. Esses grupos têm inclusive um código, quando presos e
questionados, respondem : “Não sei”.
Parabéns, mais
uma vez, ao Delegado Paulo César Jardim, que enquadrou esse grupo de
agressores. Parabéns à Polícia Civil do Estado do Rio Grande do Sul, parabéns à
imprensa gaúcha, que também fez um excelente trabalho, levando os fatos que
geraram essas notícias ao conhecimento do povo da nossa Cidade.
Comunico aos Srs. Vereadores que entrei com um
Requerimento pedindo uma Moção de Repúdio a esse massacre. Obrigada.
(Revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Nereu D’Avila): Deferimos o Requerimento da Verª Maristela Maffei,
que solicita Tempo Especial para fazer o relato do Seminário realizado em
Canela, onde representou a Câmara Municipal de Porto Alegre.
A Verª
Maristela Maffei está com a palavra em Tempo Especial.
A SRA.
MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, senhoras e senhores, trago de Canela, a cidade que acolheu não
apenas pessoas do Estado do Rio Grande do Sul, mas de todo o nosso País e
também da América Latina, o abraço do Prefeito Municipal, bem como das
autoridades presentes, por esta Casa ter lá estado representada. E faço,
senhoras e senhores, imediatamente, a leitura da Carta de Canela, do encontro
que nós tivemos lá, chamado VI Semana do Bebê, Encontro Social Regional e
Encontro Parlamentar e 2º Fórum Municipal dos Direitos do Bebê, da Criança e do
Adolescente.
A Carta diz o
seguinte (Lê.): “Considerando que o cuidado e a proteção dos bebês, crianças e
adolescentes é uma responsabilidade que assume uma dimensão ética e humana e
que não se restringe a divisões geográficas ou políticas, diferenças éticas e
raciais, de gêneros e de credos, uma vez que é norteada pela própria idéia de
humanidade; considerando os inúmeros tratados e documentos internacionais de
proteção à infância e juventude, especialmente a Convenção dos Direitos da
Criança; considerando que no Brasil a Constituição Federal e o Estatuto da
Criança e do Adolescente constituem uma conquista da sociedade brasileira e
fundamental arcabouço legal de proteção; considerando que a defesa das crianças
e dos adolescentes é uma responsabilidade compartilhada entre a família, a
sociedade e o Estado, conforme determina o art. 227 da Constituição Federal,
ratificado no art. 4º do Estatuto da Criança e do Adolescente, sendo
especialmente necessária uma atenção à primeira infância, aos bebês, como
momento determinante no desenvolvimento humano; os participantes da VI Semana
do Bebê, do 1º Encontro Social Regional e do Encontro Parlamentar e do 2º Fórum
Municipal dos Direitos do Bebê, da Criança e do Adolescente se comprometem e
convidam todos a este compromisso:
1. Trabalhar
pela implementação da Convenção dos Direitos da Criança, da Constituição
Federal e do Estatuto da Criança e Adolescente, para fazer valer os direitos,
atendendo ao princípio da prioridade absoluta de crianças e adolescentes,
sendo-lhes respeitada sua peculiar condição de pessoa em desenvolvimento;
2. Desenvolver
ações que promovam a atenção especial aos bebês, garantindo a inserção desta
condição no desenvolvimento de ações de atendimento e proteção da população
infanto-juvenil;
3. Fazer
cumprir as determinações legais quanto à destinação adequada de recursos
públicos para a efetivação de políticas públicas eficazes na garantia dos
direitos da criança e do adolescente;
4. Buscar a
implantação e implementação, em todos os Municípios brasileiros e nos Estados,
das estruturas estabelecidas no ECA: Conselhos de Direitos, Fundos Municipais e
Conselhos Tutelares;
5. Atendimento
integral à gestante, ao pai do bebê e à família, com vistas à formação de uma
rede de apoio que possa fortalecer a parentalidade e a filiação. Esta rede,
apoiada por serviços públicos qualificados, é fator decisivo para prevenir a
depressão pós-parto e a violência, conseqüências que atingem o desenvolvimento
saudável e a socialização do bebê;
6. Garantir o
fortalecimento das competências das famílias brasileiras na atenção das
crianças de zero a seis anos na sua sobrevivência, desenvolvimento, proteção e
participação;
7. Garantir
que as políticas de acesso à renda atendam à integralidade das famílias que
delas necessitam, não ficando restritas ao apoio econômico, mas também social e
emancipatório;
8.
Universalizar o acesso à educação infantil para crianças de zero a seis anos,
tornando obrigatória a oferta de vagas públicas e garantir o financiamento
através do Fundeb - Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica - e valorização
dos trabalhadores em educação, com apoio essencial ao cumprimento deste direito
pelos Municípios, proposta em análise do Governo Federal, Estados e Municípios,
a ser enviada este ano ao Congresso Nacional;
9. Comprometer
os centros de formação e as universidades como espaço de informação,
capacitação e pesquisa integrados à comunidade, visando ao aprimoramento do
desenvolvimento infantil;
10. Fortalecer
e ampliar as Frentes Parlamentares em Defesa dos Direitos da Criança e Adolescente,
em todos os níveis, constituindo-se numa rede articulada em defesa da
infância.”
Nesse sentido,
Sr. Presidente, gostaria de dizer que, em função de ter sido criada a Frente
Estadual em Defesa da Criança e do Adolescente, protocolei nesta Casa uma solicitação
de formação de Comissões Parlamentares Locais em Defesa da Criança e
Adolescente, para a qual sou signatária, representando a Câmara Municipal de
Porto Alegre. Dessa forma, nós, do Município de Porto Alegre, ressaltamos que a
Frente Parlamentar constitui importante instrumento de diagnóstico.
Pediria, Verª
Maria Celeste, que V. Exª, juntamente conosco, fosse uma das primeiras a
assinar e que todos os Vereadores desta Casa se comprometessem com a reativação
do Fórum Parlamentar da Criança e do Adolescente, juntando-se ao Fórum do
Estado do Rio Grande do Sul. Gostaria de agradecer a tolerância, Sr.
Presidente, e dizer que foi um encontro muito importante.
Desde já,
cumprimento o Pai Neco e a sua comunidade, que estão aqui lutando para colocar,
no Município de Porto Alegre, a festa cigana Alma Cigana, Ritos, Cantos e
Magias, juntamente com o Ver. Nereu D’Avila e com a Verª Margarete Moraes.
Muito obrigada. (Palmas.)
(Revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Nereu D’Avila): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra
em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Sebastião Melo.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Ver. Nereu D’Avila, na presidência dos trabalhos,
Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu estou surpreso. Fizemos uma
solicitação à EPTC para que reavaliasse o trânsito na Av. Sertório e não
sabíamos que iria dar tanta repercussão. Eu transito pela Av. Sertório, moro
próximo e sei das dificuldades que temos para transitar por ali, mas não sabia
da indignação daqueles comerciantes.
Acabamos por
fazer essa solicitação e apresentamos três sugestões à Empresa Pública de
Transporte e Circulação, a EPTC. Foram infindáveis os telefonemas e os e-mails
que recebemos daqueles comerciantes da Av. Sertório. O que me chamou a atenção,
Ver. Dib - depois, fui lá fazer uma análise com mais cuidado - foi que os
corredores de ônibus atendem, talvez, a um terço ou a um quarto dos ônibus que
passam pela Av. Sertório. Nós temos ali o corredor de ônibus, mas temos mais
ônibus transitando pela direita do que ônibus transitando pelo corredor. E não
queremos aqui falar das carroças e dos caminhões. O que ocorre na prática é que
as pessoas, vendo-se ali sufocadas pelo trânsito, acabam entrando na pista do
corredor de ônibus em alta velocidade, até, quem sabe lá, tentando fugir das
multas dos “azuizinhos”. Com isso, quando ocorrem acidentes - e são seguidos -,
eles são graves, porque aqueles carros que transitam pelo corredor de ônibus o
fazem com muita velocidade, e os “azuizinhos” ali, na espreita, preocupados
somente com a multa. Por isso, fizemos oficialmente essa reclamação à EPTC,
esse Pedido de Providências, e, juntamente, enviamos três sugestões para, quem
sabe, com pouco custo, darmos uma melhorada no trânsito da Av. Sertório.
Eu quero fazer um apelo aos caros colegas
Vereadores. Eu sou novo nesta Casa, eu também tenho vindo aqui, às vezes, falar
sobre assuntos estaduais e federais. Nós nos emocionamos aqui, mas não podemos
esquecer que somos Vereadores e que devemos, primeiro, defender o Município,
discutir o Município, sob pena de a população, daqui a pouquinho, nos dar
apelidos de “Vereador federal”, “Vereador estadual”. Eu acho que temos de ter
limite. Não podemos usar esta tribuna somente para o discurso federal e
estadual. Nós temos de medir e dosar o discurso de forma que possamos discutir
mais a Cidade, porque somos representantes da Capital. Isso não é querer dar
lição a um ou a outro, pelo contrário, só quero lembrar aos caros Vereadores
que nós temos discutido muito o Estado, o Governo Federal, o País. Nós temos
assuntos simples aqui da Cidade que causam transtornos e problemas à comunidade
de Porto Alegre e que estamos discutindo muito pouco. Muito obrigado, Sr.
Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nereu D'Avila): O Ver. Professor Garcia está com a palavra em
Comunicações, por cedência de tempo da Verª Sofia Cavedon.
O SR.
PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, na última sexta-feira, a nossa Comissão de Economia, Finanças e
Orçamento teve uma reunião com a Associação dos Técnico Científicos do
Município para tentar resolver um problema que está ocorrendo especificamente
na Secretaria da Saúde. O Sr. Raul Martins, Assessor de Planejamento, telefonou
para a Presidência desta Casa informando que não poderia vir à reunião, porque
havia recebido tardiamente o convite. E os membros da Comissão - Vereadores
Dib, Todeschini e Luiz Braz e a Verª Maristela Meneghetti - sabiam que essa
reunião havia sido marcada para sexta-feira em função do prazo que o Secretário
da Saúde, Pedro Gus, estabeleceu - até o dia 20 de maio - para que os
funcionários do Município assinassem um termo de compromisso em relação ao
Regime de Dedicação Exclusiva. Sendo assim, nós não poderíamos protelar essa
reunião para o dia 21, data após o limite estabelecido pelo Secretário.
Os
municipários também colocaram suas preocupações através de seus representantes,
afirmando entender e achar justo que o Município faça um novo recadastramento,
mas que receiam que a forma como está sendo conduzido esse processo possa
implicar nos seus vencimentos, esse foi o questionamento, porque um novo termo
- se o funcionário possui há mais de dois anos a RDE, ele passa a incorporá-la,
a não ser que ele, por livre e espontânea vontade, diga que não quer mais ou
que conseguiu um novo emprego - pode modificar a questão da RDE. Não é esse o
caso. Então o que acontece? Começando um prazo novo, eles poderiam antes de
dois anos ser deslocados ou fazer uma alteração.
Tão logo
terminou a reunião, nós conversamos com o Sr. Pedro Gus, Secretário da Saúde,
que, de maneira clara e gentil, disse: “Ver. Garcia, não há problema nenhum. Se
o problema é esse que estão colocando, nós podemos prorrogar o prazo, já que
vamos ter essa reunião no dia 19 com a Associação dos Técnicos Científicos.
Então, vamos sentar de forma ordenada, vamos acolher um novo instrumento, mas
só não abriremos mão de ter um instrumento para saber quem é quem e onde estão
postados”. Então, eu tenho de fazer esse registro. Acho que está bem
encaminhado.
O Poder Público
quer ter a visão de quem são os funcionários, mas os funcionários também querem
ter a garantia de que o novo instrumento que eles estão assinando não venha a
ser algo contra eles.
Dentro dessa
visão, o Secretário aceitando, de forma clara, a prorrogação do prazo e
querendo sentar com os técnico-científicos para a formatação de um novo
instrumento, se for o caso, acho que a Comissão desempenhou seu papel, que foi
o de harmonizar. Somos o Legislativo, não temos poder deliberativo, mas temos,
sim, essa situação que permite. Lastimamos, mais uma vez, que o Sr. Raul
Martins não tenha comparecido, mas houve os esclarecimentos do Secretário Pedro
Gus - só estou reproduzindo tais comentários porque o próprio Secretário me
autorizou a fazê-lo.
Acho que em
breve, nesta semana ainda, teremos um novo instrumento que possibilitará a
Prefeitura ter uma visão global de quem possui a RDE, mas, ao mesmo tempo, que
aqueles funcionários que já possuem a RDE tenham a garantia - os que quiserem -
de permanecer nas suas funções, não tendo mais a preocupação de perder, de uma
hora para a outra, as suas funções. Fiz o registro, porque, muitas vezes, sou
crítico, mas, quando temos o retorno, também devemos registrá-lo. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nereu D'Avila): O Ver. Valdir Caetano está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.) Ausente.
Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR (Art. 151 do
Regimento)
(05
oradores/05 minutos/com aparte)
1.ª SESSÃO
PROC. N.º 2480/05 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 115/05, de autoria do
Ver. Alceu Brasinha, que determina o cancelamento da Licença para localização e
funcionamento e do respectivo Alvará do estabelecimento que adquirir,
distribuir, transportar, estocar ou revender derivados de petróleo, gás natural
e suas frações recuperadas, álcool etílico hidratado carburante e demais
combustíveis líquidos carburantes em desconformidade com as especificações
estabelecidas pelo órgão regulador competente.
PROC. N.º 2502/05 - PROJETO DE LEI
COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N.º 016/05, de autoria do Ver. Carlos Comassetto, que inclui § 3º ao art. 3º da Lei
Complementar n.º 113, de 21 de dezembro de 1984, e alterações posteriores, que
institui a Taxa de Coleta de Lixo no Município, isentando do pagamento dessa
taxa os imóveis destinados à extração de argila e fabricação de tijoletas,
telhas e tijolos cerâmicos.
PROC. N.º 2603/05 - PROJETO DE LEI
COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N.º 019/05, de autoria do Ver. Professor Garcia, que altera o art. 140 da Lei
Complementar n.º 395, de 26 de dezembro de 1996, e alterações posteriores, que
institui o Código Municipal de Saúde do Município de Porto Alegre, excluindo do
caput a palavra “escolas”.
PROC. N.º 2662/05 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 124/05, de autoria do
Ver. Márcio Bins Ely, que institui o Estatuto da Juventude e dá outras
providências.
3.ª SESSÃO
PROC. N.º 4320/04 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 192/04, de autoria do
Ver. Beto Moesch, que institui o Programa de Incentivos ao Desenvolvimento da
Área Central de Porto Alegre e dá outras providências. (desarquivado pela Ver.ª
Mônica Leal)
PROC. N.º 2166/05 - PROJETO
DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 007/05, de
autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que altera a redação do parágrafo único do
art. 19 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, que veda a prática de
nepotismo em todos os níveis da Administração Pública Municipal.
PROC. N.º 2764/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO
N.º 090/05, de autoria da
Comissão de Saúde e Meio Ambiente – COSMAM, que denomina Rubens Mario Garcia
Maciel a Sala da Comissão de Saúde e Meio Ambiente (COSMAM) da Câmara Municipal
de Porto Alegre.
A SRA. MARIA
CELESTE: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu gostaria
de tecer alguns comentários sobre alguns Projetos que estão em Pauta hoje. Dois
deles me chamaram a atenção: um de autoria do Ver. Professor Garcia, o PLCL nº
019/05, que institui o Código Municipal de Saúde no Município, excluindo do caput
a palavra “escolas”. Uma Lei Complementar através da qual ele exclui a
expressão “escolas”, com a finalidade de corrigir um erro do Código Municipal
de Saúde, quando proíbe a permanência de animais em escolas. Eu lembro que no
início do ano nós tivemos, numa Tribuna Popular, a manifestação de uma Direção
de escola infantil que trouxe esse problema, dizendo que as crianças pequenas
precisam ter contato com animais dóceis e que poderiam tê-los, desde que
houvesse espaços adequados na escola infantil para animais de pequeno porte,
para o contato, trabalhando com isso a sociabilização da criança.
Eu acho
extremamente importante que o Ver. Professor Garcia traga e faça esse Projeto
para que possamos avaliá-lo, pela importância da qualidade na educação das
nossas crianças, principalmente dos pequeninos de zero a seis anos.
Também com esse perfil e esse propósito, com a
preocupação que todos nós temos da relação estabelecida entre uma criança e um
animal, ficamos bastante surpresos e preocupados com o acontecido na semana
passada, a trágica morte daquela criança por um animal, lá na cidade de
Pelotas, quando um cão da raça pit bull atacou violentamente uma criança,
levando-a à morte. Com essa mesma preocupação, de não se ter um fato gravíssimo
como este em nosso Estado, nós também protocolamos um Projeto no sentido de
proibir a criação desse tipo de animal na cidade de Porto Alegre.
Eu venho na
tribuna, agora, defender que as escolas infantis, que as creches comunitárias
possam ter espaços de socialização com animais dóceis, diferentes daqueles
animais que precisam ser extintos da Cidade ou que tenham de ter um cuidado
maior. Falo isso porque as crianças precisam ter interação com os adultos, com
o meio ambiente, com os animais. Mas nós adultos é que somos responsáveis pelo
cuidado com essas crianças nesse processo de socialização, diferente do que
aconteceu nesse caso que eu citava, do acontecimento trágico ocorrido na cidade
de Pelotas. Então, Ver. Professor Garcia, quero parabenizá-lo pela sua
proposição e contribuir nesse debate cada vez mais.
O segundo
Projeto que eu gostaria de comentar é o PLL nº 124/05, que institui o Estatuto
da Juventude e dá outras providências, de autoria do Ver. Márcio Bins Ely. Na
realidade, eu li esse Projeto e fiquei muito preocupada, inclusive gostaria
depois de conversar com o Ver. Márcio porque ele faz toda uma regulamentação do
Estatuto da Juventude, que, no meu entendimento, já existe, inclusive em nível
nacional. Eu, pelo pouco conhecimento legislativo, penso que essa lei não é de
competência do Município. Gostaria de discutir mais sobre essa questão. O
Parecer da Procuradoria diz pela tramitação, mas a lei é de uma complementação
muito pesada, inclusive com, no meu entendimento, vício de iniciativa, porque
propõe programas para o Executivo. Então nós precisamos estar verificando
melhor esse Estatuto. Com certeza, no mérito, Ver. Márcio, o Projeto está
completamente correto; V. Exª propõe programas e ações na área da drogadição,
na área da Educação, da Saúde, enfim, todo um envolvimento que a juventude
precisa ter para o seu pleno desenvolvimento. Nós temos acordo em relação a
isso, embora eu pense que, na questão da legislação e da constitucionalidade do
Projeto, teremos, com certeza, problemas logo a seguir. Mas gostaria de discutir
melhor o seu Projeto. Muito obrigada, Sr. Presidente.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE(Elói Guimarães): A Verª Mônica Leal está com a palavra para discutir
a Pauta. (Pausa.) (Desiste.) O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. ALDACIR
OLIBONI: Nobre Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público
que nos acompanha pelo Canal 16, está em Pauta hoje, em 3ª Sessão, Projeto
apresentado por este Vereador que foi o assunto da semana passada, que proíbe a
contratação de parentes até segundo grau na Câmara Municipal, no Secretariado,
no Legislativo e no Executivo.
Nós sabemos
que, em nível nacional, esse assunto tem sido pautado há aproximadamente dois
meses, isto é, desde que o Severino Cavalcanti, Presidente da Câmara Federal,
assumiu aquela Casa e tem demonstrado, de uma forma geral, à população
brasileira de que não é só lá que acontece isso. Este Vereador achou que - por
uma questão moral e porque muitos Vereadores inclusive já tentaram implementar
esse Projeto em nível Municipal, mas não houve, na época, receptividade, bem
diferente do momento - era, sem dúvida nenhuma, oportuno que neste ano
viéssemos apresentá-lo novamente. Por isso, este Vereador o apresentou em
meados de fevereiro. Com o Parecer favorável à tramitação nesta Casa, veio ao
Plenário e está em 3ª Sessão para que, posterior a isso, vá à Comissão de
Constituição e Justiça e outras Comissões para ver da viabilidade de aprovar ou
não este Projeto.
Eu me sinto
contemplado, porque muitos Vereadores subiram aqui à tribuna e tiveram a
coragem - por isso os parabenizo - de ser contra ou favor a esse Projeto.
Porque não é fácil, mas é importantíssimo que a sociedade gaúcha e
porto-alegrense, principalmente porque se refere a Vereadores, saibam quem é a favor
do emprego de parentes até segundo grau e quem é contra. Isto é, quem é a favor
ao nepotismo e quem é contra. Por que isso? Porque nós, às vezes, somos
tachados no sentido de que muitas coisas nós não fazemos, ou nos eximimos de
fazer e ficamos nos escondendo através de um discurso demagógico. E esse
Projeto faz uma provocação direta para que os Vereadores, na sua oportunidade,
se manifestem favoráveis ou contra. Eu creio que isso dá uma demonstração de
democracia, de grandeza, não desmerecendo quem o pratica ou quem não o pratica.
Cabe à sociedade julgar e perceber a importância que tem, se devemos ser
favoráveis ou não ao nepotismo nas três esferas: em nível municipal, estadual e
federal.
Eu sou contra
o nepotismo e tenho certeza de que muitas Bancadas o são, como já se
manifestaram: o PT, o PSB, o PCdoB, inclusive, na quinta-feira, confirmado, o
PPS e outros Vereadores divididos em algumas Bancadas. Nesse sentido, nós
poderemos evoluir e compreender que praticar o nepotismo não é uma forma muito
ética e nem democrática - eleger-me e querer, no meu mandato, colocar meu
familiar como detentor de um cargo. Eu respeito as diversas posições e creio
que a sociedade porto-alegrense, como disse, deve saber a opinião de cada
Vereador. Inclusive faremos uma pesquisa, na cidade de Porto Alegre, com a
opinião pública para que eles também possam opinar e, no decorrer do Projeto,
aqui nas Comissões, nós poderemos informar aos Vereadores o que a população
acha, se ela é favorável ou contra o nepotismo.
Nesse sentido,
quero dizer que é de extrema importância não só a discussão do Projeto como a
manifestação dos Vereadores. Como disse o Ver. Luiz Braz, eu me manifestei.
Gostaria que os outros também se manifestassem. É uma grandeza para cada
Vereador poder dizer o que ele faz e o que ele tem para a cidade de Porto
Alegre.
O Sr.
Bernardino Vendruscolo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Caro Ver. Oliboni, em primeiro lugar, obrigado pelo aparte. Devido ao seu
pedido para que esse Projeto tramitasse, eu assinei. E vejo que V. Exª vai
fazer uma pesquisa junto à sociedade. Primeiro, quero dizer que não tenho
parente empregado, mas sugiro a V. Exª que leve à sociedade o trabalho dos
Vereadores. Porque é muito bonito falar em nepotismo, e seria, para mim, muito
fácil dizer que não tenho parente e que sou a favor do nepotismo, se eu não
faço nada para a sociedade. Com todo o respeito, eu assinei para o Projeto
tramitar. Agora, antes de falar em nepotismo, temos que falar em trabalho,
porque não adianta o Parlamentar não ter parente e não fazer nada nesta Casa.
Deixo este registro. E é boa a discussão. Cumprimento V. Exª por isso.
O SR. ALDACIR
OLIBONI: Obrigado pela contribuição.
Quero
confirmar que todos os Vereadores têm seu site, e a população de Porto
Alegre pode verificar o trabalho que cada Vereador faz. Todos têm seus méritos
e por isso estão aqui. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nereu D’Avila): A Verª Maristela Maffei está com a palavra para
discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste. O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra
para discutir a Pauta.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras,
assistência do Canal 16, público presente, especialmente aqueles que nos
visitam no dia de hoje: está em discussão, em 1ª Sessão, o PLL nº 115/05, de
autoria do Ver. Brasinha, que prevê penalidades e punições para aqueles
estabelecimentos que, ao distribuir, transportar, estocar ou revender derivados
de petróleo, gás natural, ou álcool - enfim, combustíveis em todas as formas e
estados -, burlarem a legislação, as especificações das normas. Acho que esse
assunto é importante e bastante atual, porque há pouco tempo fizemos uma
Audiência Pública na CEFOR, em que os representantes dos Sindicatos, das
distribuidoras estavam presentes, enfim, aquelas pessoas e autoridades que
fazem, no cotidiano, o suprimento do abastecimento de combustíveis para
usuários e para a comunidade de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul. E mais uma
vez foi denunciado, afirmado por esses representantes que produtos adulterados
e falsificados continuam a ser comercializados, enganando, logrando os
consumidores e trazendo graves prejuízos para os veículos, para o patrimônio,
para os usuários.
Portanto, é um
assunto bastante atual, inclusive a ata dos resultados será avaliada no dia de
amanhã, e, sobre esse tema, nós reenviaremos ao Ministério Público, para que
ele continue na luta a fim de que providências sejam tomadas para que o
patrimônio das pessoas não seja afetado por consumirem produtos adulterados e
falsificados. Isso é bastante grave, e nós pensávamos que o problema já havia
sido debelado, Presidente, no entanto continua a comercialização, continua a
venda da mistura de solventes como combustíveis, porque eles não pagam impostos
ou porque eles burlam os impostos e então conseguem fazer um preço de
competição, um preço que, inclusive, no resultado final, acaba sendo desleal.
Está em Pauta
o PLL nº 192/04, que prevê programa de incentivos à área central de Porto
Alegre. É uma questão importante que suscita um debate sério e importante sobre
o principal problema do Centro de Porto Alegre, que é o problema da falta de
segurança, ou o problema da insegurança. Nós assistimos e lemos nos jornais, no
final de semana, que a violência continua numa escalada importante e em
ascensão. A esse ataque que jovens judeus sofreram aqui no bairro Cidade Baixa,
a Verª Mônica Leal pede uma Moção de Repúdio - V. Exª tem a nossa
solidariedade. Esse é um problema de falta de regras, é um problema
comportamental e um problema de aumento da intolerância pelo poder agir
livremente desses grupos intolerantes, mas também daqueles que são responsáveis
por estimular a violência sistemática.
Portanto, nós
identificamos, de modo muito grave, esse problema, o problema da insegurança ou
da falta de segurança, que se tem tornado um problema que aflige todas as
comunidades. E, no Centro, ele é gravíssimo. Há poucos dias, tivemos dois ou
três tiroteios às 15 horas; as pessoas que passavam por lá correram sérios
riscos de ser feridas por projéteis disparados por esse tipo de ação, de
violência, que está insuportável em nossa Cidade. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nereu D’Avila): O Ver. Professor Garcia está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR.
PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, ocupo esta tribuna em nome do nosso Partido, o Partido Socialista
Brasileiro, para fazer uma denúncia.
Primeiro quero
convidar os Srs. Vereadores e as Sras Vereadoras a participarem, no
dia 18 de maio, na próxima quarta-feira, em frente ao prédio da Fundação
Cultural Piratini, na Av. Correa Lima, nº 2118, às 13 horas, do lançamento da
campanha “SOS TVE/FM Cultura”, que pretende contar com o apoio dos mais
diversos setores sociais e culturais para garantir a exibição de programa de
qualidade.
O que está
ocorrendo na TVE? E é importante os senhores e as senhoras saberem. As câmeras,
atualmente, não funcionam; grande parte delas está estragada; não possuem fitas
de vídeo. Seguidamente, os carros de reportagem têm de ser empurrados nas ruas
pelos seus funcionários, ou seja, pelos próprios repórteres. Em alguns casos,
os veículos foram apreendidos por documentação vencida, em blitze feitas
pela Brigada Militar. Ora, um órgão público tendo os seus veículos apreendidos
por falta de documentação! Além disso, os funcionários reclamam de estar três
anos sem aumento salarial, reclamam de ostensivo assédio moral em determinados
setores da Fundação. Muitos funcionários estão sendo pressionados por suas
chefias, chegando a um ponto insustentável.
Então, em nome
do Partido Socialista Brasileiro, nós vimos aqui solicitar que o Governo do
Estado investigue essas denúncias que fazemos aqui. Se elas forem
improcedentes, nós teremos o maior prazer em ocupar esta tribuna e dizer que as
informações que nos passaram são informações erradas. Estamos com uma
documentação relativa, por exemplo, a essa questão dos veículos que foram
apreendidos, à questão das reportagens, de as pessoas terem de empurrar os carros,
e ao fato de não haver fita de vídeo. Está-se perdendo o acervo, porque se
desgrava material para gravar outro, ou seja, é inconcebível que um órgão
público como a nossa TVE esteja sendo sucateada dessa forma, como é a questão
também da FM Cultura.
Então,
queremos convidar os Srs. Vereadores para que, nesta quarta-feira, às 13 horas,
dêem esse apoio, porque entendemos que é importante. Participam desse movimento
a representação da FIERGS, a Associação de Profissionais e Técnicos
Cinematográficos, representantes dos funcionários da Fundação Cultural
Piratini, representantes do CPERS, Famurs, Sinpro e conselheiros eleitos.
Volto a dizer
que só temos a lastimar que a única emissora de televisão que nós temos no
Estado, mantida por ele, que é a TVE e a própria Rádio FM Cultura, esteja nesse
ponto. Então, aguardamos a presença das Sras. Vereadoras, dos Srs. Vereadores
para esse ato, que é uma forma de levarmos a nossa colaboração, expressarmos a
nossa indignação, porque não se está cuidando da coisa pública como se deveria.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
(O Ver. Elói
Guimarães reassume a presidência dos trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Nós queremos registrar a presença do Pai Neco de
Oxalá e da Ana, que estão aqui assistindo aos debates, no sentido da aprovação
da festa cigana Alma Cigana, Ritos, Cantos e Magias. Sintam-se saudados todos
os presentes. (Palmas.)
O Ver. João
Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver.
Luiz Braz está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. LUIZ
BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, senhoras e senhores, se há alguma coisa que eu não aprendi a fazer
é fugir dos debates. Eu adoro debater, porque, afinal de contas, nós viemos
para o Parlamento exatamente para poder esclarecer a opinião pública a respeito
dos pensamentos que são aqui colocados, com relação a algumas idéias nós somos
convergentes e, em relação a outras, somos divergentes.
Sobre o
nepotismo - é o Projeto do Ver. Aldacir Oliboni -, a Verª Neuza Canabarro
acabou definindo com muita propriedade: alguém tem de se locupletar do trabalho
que está sendo feito por parentes que são empregados e que, na verdade, não
estão exercendo as suas funções; apenas são empregados para poder dar vantagem
a quem os emprega. Assim sendo, eu jamais serei favorável ao nepotismo. Eu acho
que, dessa forma, ninguém deveria ser favorável. Mas o Projeto do Ver. Aldacir
Oliboni não fala, necessariamente, em nepotismo; ele fala em pessoas que são
parentes e que estão empregadas. E, assim sendo, eu acho que o Vereador acaba
perdendo a razão no momento em que vários parceiros do seu Partido também têm
parentes empregados ou, quando não são parentes, são pessoas afins.
Eu poderia
citar o Dr. Arno Augustin, quando era Secretário do Estado do Rio Grande do
Sul, e não preciso dizer quem é, era o chefe da imprensa; poderia citar a
Deputada Federal Maria do Rosário, uma pessoa que admiro muito, de quem eu
gosto, foi nossa companheira aqui na Casa, cujo marido pertence ao MEC e já foi
Secretário de Educação no Estado do Rio Grande do Sul. Eu não estou falando
para criticar; estou falando apenas como referência. Eu poderia citar o Sr.
José Dirceu, o Palocci e aquele que ganhou oitenta mil reais para fazer um
Parecer para o Dr. Tarso Genro - um parecer! - e que ainda tinha a esposa e a
amante empregadas em cargo público, e não sou eu quem está dizendo, pois isso
foi notícia de jornal. Então, eu posso começar a citar dezenas de pessoas
vinculadas ao Partido dos Trabalhadores que têm ou tiveram parentes empregados
dentro do serviço público.
Então, quando
o Ver. Oliboni diz: “Nós, do Partido dos Trabalhadores, somos absolutamente
contrários ao nepotismo.”, ah, não..! Pára com isso. Pára com isso! E, aí, o
Ver. Vendruscolo disse uma coisa correta: será que não seria mais justo, nessa
altura dos acontecimentos, em razão da relação que nós temos com a sociedade,
debatermos quem é que faz e quem é que não faz alguma coisa? Qual é o projeto
que trabalha em prol da sociedade? Quem é que está fazendo com que a sua
assessoria, o seu trabalho, os seus pensamentos estejam voltados para que
possamos ter uma sociedade melhor? Será que não seria melhor que estivéssemos
debatendo isso? Até para que a sociedade pudesse ter uma noção do que nós
estamos fazendo aqui enquanto representantes públicos. Eu acho que isso seria
mais honesto com a opinião pública. O resto, da forma como está sendo
conduzido, eu acho muito demagógico.
Enquanto o
Ver. Oliboni diz aqui da tribuna que admira alguns Vereadores, afirmando que
são pessoas de caráter aqueles que vêm aqui e se manifestam, ele, no seu
folhetim, critica claramente este Vereador, porque este Vereador declarou que
tem a esposa trabalhando no seu gabinete. Só que a esposa tem 23 anos de
trabalho, era funcionária pública, deixou a função pública, era assessora de
alguém do PDS na época, e eu era candidato pelo MDB. Então, para me acompanhar,
ela deixou a função pública, por isso - eu tenho muito orgulho em dizer - está
comigo, é muito competente, já fez excelentes trabalhos em prol da sociedade,
eu não tenho nenhuma vergonha de dizer que tem sido uma grande assessora e uma
grande parceira. O que eu vou fazer?!
Agora,
criticar essas pessoas que trabalham somente porque são parentes de alguém, eu
acho que é uma demasia. Eu acho que está mais para o campo da demagogia do que,
na verdade, para o campo da moralidade.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. ALDACIR
OLIBONI: Eu gostaria da confirmação, nobre Presidente, do Requerimento feito na
quinta-feira, quando do pronunciamento do nobre Ver. Luiz Braz, em que o Ver.
Adeli Sell solicitou a retirada da palavra “roubos” ou “roubou”, e não foi
publicizada a retirada dessa palavra. Como também, inclusive, já conversei com
o nobre Vereador para que ele retirasse aquela palavra que se referia à minha
atividade artística na Semana Santa. Como há concordância dele, do nobre
Vereador, eu gostaria que isso fosse publicizado ao Plenário.
O SR. LUIZ
BRAZ: Sr. Presidente, eu, o Ver. Oliboni e V. Exª conversamos. Eu disse a V.
Exª para que retirasse aqueles termos com relação à atuação do Ver. Oliboni. Só
que o Ver. Oliboni é que deu divulgação ao texto, levando-o para a imprensa.
Não foi este Vereador, inclusive pedi que V. Exª retirasse os termos, só que o
Ver. Oliboni mandou para a imprensa para ser divulgado, e saiu, então, na
página da Rosane de Oliveira e em outros jornais. Mas não que este Vereador não
tenha pedido que V. Exª retirasse o texto.
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Está esclarecido.
O SR. ALDACIR
OLIBONI: Só queria confirmar, nobre Presidente: não foi este Vereador.
Possivelmente, a imprensa estava assistindo e percebeu isso, então, quem
deveria dar o retorno ao nobre Vereador é a própria imprensa.
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para
discutir a Pauta.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; colegas de trabalho, Vereadores e
Vereadoras, o tema do nepotismo, que tão apropriadamente o Ver. Aldacir Oliboni
traz para a discussão desta Casa, está ensejando um debate que nós devemos
fazer aqui, para o qual há divergências que começam a se explicitar claramente.
Queria entrar
um pouco nessa discussão fazendo, primeiro, uma ressalva sobre alguns
argumentos que desqualificam, porque confundem algumas situações; não
qualificam o debate. Alguns exemplos que são trazidos para cá, que dizem
respeito não a pessoas que são contratadas porque são familiares, portanto são
mais próximas do Parlamentar, do Executivo, porque tem mais confiança, mas a
pessoas que têm uma história constituída, reconhecida na área, reconhecida pela
Cidade, pela comunidade, como foi o exemplo do Eliezer Pacheco, Presidente do
INEP, e da Deputada Maria do Rosário. Ora, eles são casados, e é possível
distinguir claramente duas trajetórias próprias, e as funções que ocupam são
resultado da sua própria trajetória, conquista e luta. Então, deveríamos
diferenciar, pois dar exemplos dessa natureza não ajuda a sociedade a
distinguir o que estamos chamando aqui de nepotismo, estamos tentando, pelo
Projeto de Lei - que poderá e deverá ser aprovado nesta Casa, talvez com
qualificações - distinguir, Ver. Luiz Braz, o que é nossa concepção de público,
para além do estatal.
Acho que a
gente deveria se espelhar na luta do funcionalismo público, dos trabalhadores
deste País pelo ingresso na carreira pública por concurso público. Antes disso,
decorrência da idéia patrimonialista, quem entrava no estado público, por ser
mandatário do povo, se tornava proprietário daquele espaço do público e usava,
de forma privada, por interesses privados, ou o orçamento, ou o poder, ou o
espaço; são corrupções que ainda hoje estão sendo apontadas, como a do
Correios. Isso demonstra uma visão de Estado que não é uma visão da res
publica, pois o que é público deve ser transparente, acessado por todos de
maneira igualitária, tem que se aproximar de critérios universais para serem
acessados pelos cidadãos e cidadãs.
Não basta ser
estatal; ser estatal e ser apropriado privativamente por grupos significa ser
privado. Então nós estamos discutindo aqui como garantimos o sentido público do
espaço que nós ocupamos, sim. Mesmo aquele cargo comissionado do Vereador é um
espaço que nós devemos prestar contas à população de como ele é ocupado e se
ele é ocupado para benefício próprio da família do Vereador, mesmo que, com
isso, a gente possa argumentar e aí cair no argumento da competência. Nós não
vamos discutir aqui a competência, porque inúmeros funcionários públicos
concursados, em concurso por edital, certamente têm problemas de competência.
Não é disso que se trata, trata-se de transparência pública, trata-se, de fato,
de o Parlamentar, de o governante corresponder a um mandato e desse fazer
crescer a soberania popular, fazer crescer os critérios que respeitam
profundamente os direitos de todos de participar do público. Então, os nossos
mandatos têm de dar o exemplo disso, e é desse retorno que nós estamos falando.
Claro que aqui
na Casa há questões consolidadas há muito tempo, questões anteriores à construção
desse novo estatuto de urbanidade, de civilização, dessa nova compreensão de
república que é possível agora em tempos de democracia, mas que nos exige
avançar. Essa idéia de que é natural ter parentes trabalhando conosco é uma
idéia anterior, da ditadura, do patrimonialismo, da apropriação privada do
Estado Público. Então, eu acho que o debate tem que nos fazer avançar.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. RAUL
CARRION: Exmo Ver. Elói Guimarães, Presidente desta Casa; demais
Vereadores e Vereadoras, todos que nesta tarde nos assistem aqui e nas suas
casas, em primeiro lugar, eu queria prestar contas da nossa representação, na
manhã de hoje, por delegação do Ver. Elói Guimarães, na abertura do 10º
Encontro de Comitês Técnicos da Associação Latino Americana de Metrôs e
Subterrâneos, que ocorreu no Hotel São Rafael, com a presença do Ministro
Olívio Dutra e de diversas outras autoridades, inclusive a questão da linha 2
do Trensurb foi bastante discutida.
Em segundo
lugar, eu queria endossar as palavras da Verª Mônica Leal, de repúdio às
agressões que diversos jovens judeus sofreram nos últimos dias de um grupo
pró-nazista, que espancou, esfaqueou e que, inclusive está comprovado,
pretendia assassiná-los. É bom vermos por essas atitudes que a truculência do
nazifascismo, muitas vezes encoberta de outras formas, continua vigente.
Em terceiro
lugar, nós queríamos fazer referência à importantíssima 11ª Plenária Nacional
da CUT, ocorrida no último dia 12 de maio, quinta-feira, depois seguiu na
sexta-feira também, em que, por uma esmagadora maioria de 84% dos votos, foi
aprovada uma plataforma de reforma sindical levada pela Corrente Sindical Classista,
corrente em que o Partido Comunista do Brasil atua amplamente. Houve o apoio da
CUT Socialista e Democrática, uma outra corrente dentro da CUT, e da própria
Articulação Sindical, força majoritária que orientou como a CUT deve
posicionar-se frente à necessária reforma sindical, que deve ser uma reforma
sindical que democratize o sindicalismo e que amplie a independência, a
autonomia do Movimento Sindical.
Todos conhecem
a posição do Partido Comunista do Brasil, da Corrente Sindical Classista,
contrária à PEC nº 369, que é no sentido contrário à verdadeira democratização
do sindicalismo brasileiro. É uma posição, aliás, que hoje já é compartida por
diversas forças políticas, como o próprio PMDB, o PTB, o PDT e outros Partidos,
que querem uma reforma sindical, sim, porque a atual estrutura sindical não
corresponde a uma verdadeira democracia nos sindicatos, e não querem a PEC nº
369, que mutila ainda mais a estrutura sindical.
Eu vou
rapidamente colocar aqui, Ver. Todeschini, quais são os princípios que a CUT,
com 84% dos votos, aprovou na plenária nacional e que nos satisfazem - aliás a
Corrente Sindical Classista negociou com as outras correntes da CUT e conseguiu
84% dos votos. Primeiro: reconhecimento das Centrais Sindicais com liberdade de
estrutura vertical; segundo: manutenção da estrutura atual nos sindicatos de
base - o que é a unicidade sindical, portanto contrária ao pluralismo sindical
-, condicionada a critérios de representatividade e democratização nos
estatutos. Porque, evidentemente, não somos pela unicidade em que não há
eleições democráticas, em que não há estatutos que garantam a pluralidade
dentro do sindicalismo. E eu creio que foi uma composição importante na
plenária; a plenária compôs o princípio da unicidade, da unidade dos
trabalhadores com o princípio da democracia.
Terceiro:
organização sindical por setores e ramos de atividade; quarto: fim do Imposto
Sindical - de forma progressiva, evidente - e das taxas confederativa e
assistencial, criação da Contribuição Negocial, que passará a ser a base da
estrutura sindical.
E outros
princípios: direito de Organização por Locais de Trabalho, está prevista na
Constituição, mas até hoje não foi regulamentada; contrato coletivo nacional
por ramo; direito de negociação e greve no setor público nas três esferas e nos
três Poderes - que não está contemplado na PEC nº 369 -; ultra-atividade dos
contratos, ou seja, contrato de trabalho que se encerra - enquanto não houver
outro contrato prossegue valendo. E por fim: substituição processual, para o
sindicato representar toda a categoria, Ver. Mario Fraga; coibição das práticas
anti-sindicais por conta do patronato e do Estado; ratificação da convenção 158
da OIT, que é contra a despedida imotivada; e não-intervenção do Estado na
organização sindical.
Concluo, meu
Presidente, dizendo que foi uma grande vitória para o Movimento Sindical
Nacional, e nós, da Corrente Sindical Classista, parabenizamos a maturidade que
a CUT teve ao apresentar esse documento, que certamente unificará trabalhistas
e outras forças, porque todos querem uma reforma sindical, Ver. Mario Fraga,
uma reforma sindical de autonomia, liberdade sindical e de direitos para os
trabalhadores. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Nós queremos registrar o aniversário do nosso
Diretor Legislativo, Sr. Jorge Armando Oliveira Fraga, desejando-lhe muita
saúde e felicidades. (Palmas.)
A Verª
Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA.
MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, senhoras e senhores, eu gostaria de dizer que fico muito feliz em
ver que, nesta Casa, agora, principalmente alguns fundamentalistas de direita
começam a se preocupar com as questões nacionais, começam a discutir ao menos
política, para a gente poder fazer aqui o contraditório; acho que daqui a pouco
poderá sair alguma coisa que realmente dará um bom efeito para o nosso País,
para o nosso Estado e para a nossa Cidade.
Por exemplo -
claro que não é o caso do debate que eu vou colocar aqui, Ver. Todeschini -, a
questão dos sem-terra. O Movimento dos Sem-Terra, e eu não tenho aqui
procuração para falar em seu nome, mas como são temas que sempre debatemos, em
nível internacional, nacional, sempre foi algo que chamou muito a atenção... E
eu sinto não poder estar lá, Vereadores, para recepcionar ou caminhar um pouco
com os companheiros. Lembro que, em 1985, nas comunidades eclesiais de base,
nós fazíamos parte dos clubes de mães, das hortas comunitárias. Quando da
ocupação da Fazenda Annoni - do que tenho muito orgulho, eu estava lá naquela
madrugada -, tentávamos democratizar o nosso Estado no sentido de que todos
tivessem acesso à terra, mas não como aconteceu durante a ditadura militar,
porque a chamada Reforma Agrária daquela época, Ver. Gerson Almeida, era pegar
o pessoal aqui do Sul e jogar para algum lugar lá do Mato Grosso ou Paraná,
como é muito da cultura gaúcha, de chegar, ir cortando tudo, derrubando
árvore... Não há uma preocupação maior com o meio ambiente. Aí, depois, vêm os
latifúndios. Primeiro, os empobrecidos fazem o serviço; depois, vem outro, a
política agrária, os grandes campos, e a conseqüência nós já conhecemos.
Mas eu queria
dizer o seguinte: ainda bem que existem movimentos como o dos sem-terra -
aliás, vou estar homenageando aqui a Comissão da Pastoral da Terra, em que
iniciei minha militância. Quero dizer que, se não houvesse organização, nós
teríamos, com certeza, há muito tempo, uma convulsão social. E há de se
separar, porque nós somos formadores de opinião, convulsão social e revolução
social. O Movimento dos Sem-Terra reorganiza a sociedade da tirania dos que
tiraram o direito de uma vida melhor. Porque eu não acredito em pobres; eu
acredito em empobrecidos. Quando a gente começa a mudar os paradigmas, começa a
mudar a concepção e o olhar, a compreender diferente, e malditos são - com
certeza, para alguns - aqueles que pensam. E, quando se desapropria o poder de
alguns e todos começam a pensar, organiza-se. Como dói para alguns a
organização popular, que, independente de Governos, marcha trilhando, buscando
a soberania de um Estado, de um País, como é o nosso caso. Benditos são todos
aqueles que lutam, como tantos que tombaram na luta pela liberdade, pelo acesso
à terra! Se partilhássemos dessas ideais, já teríamos avançado muito.
Aconteceu a
reforma agrária norte-americana, que foi a mais sanguinária, foi a pior que já
existiu, que acabou com a natureza e acabou com a humanidade. Hoje, na figura
do Bush, continua exercendo seu poder, infelizmente. Uma Reforma Agrária como a
nossa, que é feita pelas mãos, pela soberania e pela sabedoria popular, com
certeza, é uma Reforma Agrária que vai dar certo; porque não vai calar, porque
vai continuar lutando, porque tem um projeto, sim, um projeto de Nação, do solo
ao subsolo. Há de vingar esse projeto.
E, terminando
a minha fala, Sr. Presidente, gostaria de dizer que o Orçamento Participativo,
e é o tema que trarei num próximo pronunciamento, deixou um grande presente e,
falando em outra reforma, embasbacados aqueles que não acreditavam, ficaram
pasmos aqueles que nunca tiveram tanta gente para falar. Isso é soberania
popular, é a reforma da cultura, é a reforma na filosofia, é o empoderamento
popular; para aqueles que achavam que, apenas entre quatro paredes, se sabia
fazer política, essa é uma grande lição. Obrigada, Sr. Presidente. (Palmas.)
(Revisado pela oradora.)
O
SR.PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Clênia Maranhão está com a palavra em
Comunicação de Líder.
A SRA. CLÊNIA
MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, retomo
nesta tribuna um tema que nós, inúmeras vezes, temos tratado neste País, não
apenas neste Parlamento; uma série de Parlamentos Municipais começaram a se
envolver numa rede nacional, a partir da instalação, no Brasil, de uma CPI que
investiga a exploração sexual na infância. Nesta semana, nós estamos vendo que
várias instituições públicas e várias ONGs começam a pautar a questão da
exploração sexual de crianças e adolescentes do nosso País. Porém, até há muito
pouco tempo, essa temática não era trazida para dentro dos Parlamentos, e foi
preciso que a atuação fundamentalmente de um grupo de mulheres Senadoras e
Deputadas começasse a desnudar essa gravíssima realidade brasileira, fazendo
com que a sociedade começasse a perceber a sua responsabilidade no
enfrentamento de uma das questões mais graves e que põe em risco não apenas a
saúde física, mas também mental, para o resto da vida de um ser humano, quando
a criança é vitimizada muitas vezes por pessoas que deveriam cuidar dela. E
essas crianças, depositando nesses adultos a confiança e a esperança, são
vitimadas exatamente pelas pessoas que mais proximamente as cercam.
Definiu-se a
data de 18 de maio como Dia Nacional de Luta contra a Exploração Sexual da
Infância, das Crianças e dos Adolescentes. Inclusive, descobriu-se que, nesse
tipo de violência, se utilizam instrumentos da modernidade que deveriam
permitir à sociedade viver numa situação de mais respeito: a Internet.
Muitas vezes,
os adultos convivem com essas crianças vitimizadas sem perceberem os sintomas
desses atos de violência. Muitas vezes, os professores, os educadores, os
adultos que cercam as crianças, que acham que estão efetivamente as protegendo,
não têm as informações, os conhecimentos necessários para detectar os sintomas,
que podem ser facilmente detectados. De posse desse conhecimento, os adultos,
os cuidadores dessas crianças poderiam tomar medidas para que os violentadores,
para que os autores desses atos infracionais pudessem ser devidamente e
exemplarmente punidos.
Quando esse
tema começou a ser tratado no Congresso brasileiro, no Senado, através da
Comissão que investigou essa questão em nível nacional, o Brasil não tinha
conhecimento da importância desse tipo de crime, e, muitas vezes, achava-se que
era um exagero das mulheres parlamentares, que lutaram muito para instalação de
uma CPI visando essa investigação. Hoje, graças à atuação de diversas
instituições públicas em nível municipal, estadual e federal, começa-se a
descortinar essa triste realidade, que só poderá ser efetivamente erradicada
quando todos os Poderes e a sociedade civil se desproverem dos preconceitos e
tiverem a coragem de fazer as denúncias e de tratar aqueles e aquelas que são
vítimas desse crime, que, na maioria das vezes, acontece dentro do espaço
doméstico e, assim, tem muito mais dificuldade de ser enfrentado e denunciado.
(Não revisado pela oradora.)
A SRA.
MARISTELA MAFFEI (Requerimento): Sr. Presidente, há três dias, faleceu o Sr. Enio
Guterres, Engenheiro Agrônomo. Ele foi Secretário de Políticas Públicas do
Partido dos Trabalhadores, funcionário da Emater e, ultimamente, era Assessor
Parlamentar do Deputado Estadual Frei Sérgio Görgen. Eu solicito, em nome de
todos da Bancada do Partido dos Trabalhadores, um minuto de silêncio para esse
companheiro que partiu e que está no além neste momento.
O SR. IBSEN
PINHEIRO (Requerimento): Quero pedir licença à Verª Maristela Maffei, a V.
Exª e à Casa para juntar o nome do Sr. Tarzan Nümmer nesta homenagem que vamos
prestar. Tarzan Nümmer foi um desportista com muitos serviços prestados, de
marcada atuação política no trabalhismo e que teve, no Sport Club Internacional
e no esporte, uma grande trajetória. Que possamos, por isso, registrar o pesar
da nossa Casa, Sr. Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Faço minhas as suas palavras, Ver. Ibsen, nas quais
menciona a figura muito querida de Tarzan Nümmer. Vamos, então, fazer um
minuto de silêncio em homenagem às pessoas citadas.
(Faz-se um
minuto de silêncio.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Obrigado. Não há mais Vereadores inscritos em
Comunicação de Líder.
Eu gostaria,
antes de ingressarmos na Ordem do Dia, de fazer um rápido esclarecimento. O
tempo de votação e de registro de presença é cronometrado. Dizendo isso, eu
estou a dizer que as conseqüências advindas do tempo são relevantíssimas. Eu
gostaria de deixar claro que a abertura do painel se dará quando o Presidente
solicitar essa abertura, pelas conseqüências naturais do início da contagem do
tempo.
Eu estou
solicitando a abertura do painel eletrônico e peço que os Srs. Vereadores
registrem as suas presenças, a fim de ingressarmos na Ordem do Dia. O tempo
para o registro das presenças é de um minuto e meio. (Pausa.)
Havendo
quórum, passamos à
Em votação
nominal, solicitada pelo Ver. Claudio Sebenelo, o Requerimento da Verª Sofia
Cavedon que solicita adiamento, por cinco Sessões, do PLCL nº 008/00. (Pausa.)
(Após a apuração nominal.) REJEITADO por 21 votos NÃO e 11 votos SIM.
Recebo
o Requerimento do Ver. Luiz Braz nos seguintes termos (Lê.): “Considerando a
importância da matéria que encerra o Processo de nº 1357/00, Projeto de Lei do
Legislativo nº 008/00, de autoria do Vereador que esta subscreve, que
acrescenta os parágrafos 9º e 10º ao artigo 5º da Lei Complementar nº 242/91,
com alterações da Lei Complementar nº 251, que disciplina a Concessão do
Direito Real de Uso aos ocupantes de área de propriedade do Poder Público
Municipal, com Emenda nº 01 ao Projeto e com Substitutivo nº 01; considerando a
premência de votação estabelecida pelo artigo 81 da Lei Orgânica do Município
de Porto Alegre; considerando a necessária e exigida dedicação à votação do
processo infracitado:
Luiz Braz, Vereador da atual Legislatura, vem,
respeitosamente, perante Vossa Excelência apresentar, na forma do estatuído no
artigo 105, inciso XVI, do Regimento Interno da Câmara Municipal de Porto
Alegre, Requerimento: para que o Processo nº 1357/00 seja o primeiro a ser
votado na Ordem do Dia e que, durante as discussões e votação, não seja votado
qualquer espécie de requerimento solicitando adiamento de votação ou perda de
prioridade. Termos em que espera deferimento. Sala das Sessões, 16 de maio de
2005. Ver. Luiz Braz”.
A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para uma
Questão de Ordem.
A SRA. SOFIA CAVEDON (Questão de Ordem): Ver. Elói, estranha-me um Requerimento que reivindica que não se
protele votação, estando nós em pleno processo de discussão. Então, parece-me
que ele deve ser avaliado depois; no mínimo, ou está fora de tempo ou está
misturando dois momentos, porque estamos em discussão do Projeto.
O SR. RAUL
CARRION (Questão de Ordem): Além dessa questão, Vereador-Presidente, não
entramos na votação, portanto tem que se ater aos problemas de discussão.
Segundo, parece-me um Requerimento tão amplo e significa o seguinte: ao iniciar
o tratamento desta matéria, o Regimento deixa de existir. É esse o significado,
no meu entender, do Requerimento. Não pode. No momento da discussão, somente
vamos discutir; no momento da votação, nós vamos encaminhar a votação dos
Requerimentos. Este Requerimento me parece que não é regimental.
Em votação o
Requerimento do Ver. Luiz Braz. (Pausa.) O Ver. Carlos Comassetto está com a
palavra para encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Luiz Braz.
O SR. CARLOS
COMASSETTO: Prezado Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; prezados colegas
Vereadores; prezadas colegas Vereadoras, prezado público que nos assiste pelo
Canal 16. Este debate se iniciou na quinta-feira, e nós manteremos a mesma
posição de diálogo, referindo-nos principalmente à Bancada de situação, mas
também a todos os Partidos políticos e ao Ver. Luiz Braz. Permanece a discussão
nesta Casa, e a Bancada que tem a maioria sabe que pode tomar uma decisão por
maioria, sem a análise do conteúdo e a análise da razão do que nós estamos
discutindo: se o Projeto do Ver. Luiz Braz, sem entrar no mérito do conteúdo,
está correto na sua tramitação ou não. Nós estamos afirmando aqui com todas as
letras e continuaremos recorrendo em todas as instâncias da Câmara e fora desta
Casa se for necessário para voltar ao diálogo com a Mesa, com o Sr. Presidente
e com os demais Vereadores.
Estamos
dizendo isso porque protocolamos, no dia 3 de janeiro, o primeiro dia útil, às
8h30min da manhã, Projeto abordando o mesmo tema de que trata o Projeto do Ver.
Luiz Braz, que é sobre o campo habitacional e a Concessão do Direito Real de
Uso. O Ver. Luiz Braz, que trabalha em cima desse tema, já havia feito um
Projeto com esse teor numa Legislatura anterior e, após o protocolo do Projeto
de nossa autoria, pediu o seu desarquivamento, para que tramitasse. E não é
preciso que eu traga novamente aqui o documento que está nos autos do Projeto,
escrito pela nossa assessoria técnica, constando, com todas as palavras e com
todas as letras, nulo, onde deveria ter a assinatura do nosso Presidente, Ver.
Elói Guimarães. A Comissão Técnica desta Casa, da Diretoria Legislativa,
escreveu isso, e está no processo exatamente o que nós estamos argüindo, usando
o nosso documento, que é o nosso Regimento Interno. Ela diz ao Ver. Luiz Braz
(Lê): “Informamos da impossibilidade de desarquivamento dessa proposição, uma
vez que detém prioridade na matéria o Processo nº 11.305, de autoria do Ver.
Carlos Comassetto, que dispõe sobre a Concessão de Uso Especial de Áreas
públicas e revoga a Lei Complementar nº 242/91.”
O Ver. Luiz
Braz quer fazer uma reforma na Lei nº 242. Portanto, nós estamos trazendo essa
discussão para a Casa, Ver. Elói Guimarães. V. Exª, como uma pessoa que tem que
dirigir e que está realmente acima dos interesses de um ou de outro Vereador,
tem de garantir que o Regimento desta Casa seja aplicado com direito
igualitário. Nós temos esse estudo e o estamos trazendo para o diálogo, para o
debate. Como o Ver. Luiz Braz diz que gosta de debater e dialogar, essa é a
centralidade da nossa discussão.
Verª Clênia e
Ver. Paulo Odone, os dois do Partido do Sr. Prefeito Municipal, nós trazemos
uma lei que trata na amplitude a possibilidade da regulamentação do Estatuto da
Cidade na cidade de Porto Alegre, trazemos a inovação do conceito - e isso não
é um privilégio deste Vereador, tem que ser um privilégio desta Casa -,
propomos terminar com a figura da Concessão do Direito Real de Uso,
regulamentando aquilo que está na Lei Federal e no Estatuto da Cidade. Ver.
Ismael, nós estamos discutindo isso na CUTHAB e temos temas intermináveis,
falta aporte jurídico e capacidade legal para que o Município se enquadre na
política nacional.
Portanto,
esquivar-se e querer usar do artifício da maioria para não debater e não
aceitar um direito legítimo que é deste Vereador - já está arquivado nos dois
Requerimentos colocados à Mesa... O que nós estamos pedindo, nada mais nada
menos, que a Comissão de Justiça desta Casa, coordenada pelo Ver. Ibsen
Pinheiro, que já foi Presidente do Congresso Nacional, junto com os seus Pares,
dê a posição correta para dizer se esta matéria realmente está correta, no que
nós estamos argüindo sobre a defesa e à luz do nosso Regimento, ou não. Se isso
nos é negado, que as próprias instâncias da Casa atribuam o Parecer, para que
possamos, democraticamente e qualitativamente...
Ver. Luiz
Braz, eu desafio V. Exª para fazer o debate desses Projetos em conjunto, porque
V. Exª sabe, pela razão explícita, que nós temos o direito da antecedência nessa
discussão. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Luiz Braz.
O SR. RAUL
CARRION: Exmo Presidente, Ver. Elói Guimarães; Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, neste encaminhamento que vou fazer, vou ressaltar dois aspectos.
Primeiro, o regimental. Eu questiono, Sr. Presidente, que se possa votar este
Requerimento, ainda mais neste momento. Senão vejamos o nosso Regimento, art.
94, parágrafo 3º, Ver. Dib, V. Exª que é um conhecedor e foi Presidente desta
Casa: “Dependerá de deliberação do Plenário [...] o Requerimento que solicitar:
f) adiamento de discussão ou votação de proposição.” Então, “ou” é diferente de
“e”. O Requerimento do Vereador quer simultaneamente uma decisão deste Plenário
sobre a discussão e sobre a votação. É discussão e votação, o Regimento é
claro: é um ou é outro, portanto o Vereador deveria submeter a esta Casa, a
este Plenário, dois Requerimentos, não um.
Segunda
questão: cada um desses Requerimentos, Vereador, tem que ser no momento
correto. Em muitos momentos a Presidência diz assim: “Recebemos aqui e, no
momento oportuno, colocaremos em votação”. Se vem uma emenda, como vou votar
uma emenda, se estou tratando de outro projeto? Não é possível! Estamos na
discussão, eu aceitaria um requerimento do Vereador que fez este, a partir da
discussão, que não seja feito nenhum requerimento sobre discussão. Tudo bem,
está no momento da discussão, e neste momento não estamos tratando da votação.
Então são dois
aspectos da irregularidade deste Requerimento: primeiro, em vez de ser um ou
outro, ele é os dois ao mesmo tempo, e o Regimento não prevê isso; segundo: é
num momento inadequado, Ver. Dib, nós não estamos na votação, nós estamos em
encaminhamento. Agora um argumento mais político, Ver. Elói e demais
Vereadores: teremos amanhã, terça-feira, uma reunião da Comissão de
Constituição e Justiça, e há toda uma polêmica nesta Casa, porque o Projeto do
Ver. Carlos Comassetto trata da mesma matéria. E o Regimento é claro: tem
precedência o Projeto que foi, com anterioridade, protocolado ou desarquivado.
Está óbvio que o Projeto do Ver. Comassetto entrou na Casa antes do
desarquivamento do Projeto do Ver. Luiz Braz. Muito bem, nesse caso, mesmo que
haja uma polêmica, para o bem da Casa, para que não haja questionamento de
ilegalidade ou de legitimidade dessa votação, para preservar a Casa, Sr.
Presidente, e o próprio Projeto, eu acho que é de cautela esta Casa não votar
hoje.
Infelizmente,
o Requerimento da Verª Sofia Cavedon foi derrotado, mas nós ainda podemos
amadurecer, concluir, aprofundar e analisar a discussão. Aí será o momento, se
for o caso, de pedir o não-adiamento, bastará votar o Requerimento. Este Requerimento
do Ver. Luiz Braz está fora do Regimento, está fora da legalidade regimental, e
também, pelo conteúdo, não há dúvidas de que os dois Projetos tratam do mesmo
assunto. O Projeto do Ver. Comassetto extingue duas leis; o Projeto do Ver.
Braz modifica duas leis. Prejudica ou não? Evidente, porque, se foi extinto e
tem precedência do Ver. Comassetto, fica no vazio o Projeto do Ver. Braz.
Então, parece-me que a CCJ não terá dificuldade de resolver o assunto. Para que
incorrer em riscos de uma decisão inadequada da Casa, regimentalmente
incorreta, e no conteúdo - no nosso entender, pelo menos - incorreto? Muito
obrigado. Este é o encaminhamento do PCdoB.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Professor Garcia está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Luiz Braz.
O SR.
PROFESSOR GARCIA: Prezado Presidente, prezadas Vereadoras e prezados
Vereadores, em relação ao Requerimento do Ver. Luiz Braz, lendo, eu não
constatei nenhuma irregularidade. Eu acho que a solicitação é possível e
pertinente, já que, na realidade, é o primeiro Projeto da Ordem do Dia. O que o
Vereador requer? Eu não tinha entendido, inclusive, na fala inicial do Ver.
Elói Guimarães. (Lê.) “Para que o Processo nº 1357/00 seja o primeiro a ser
votado na Ordem do Dia e que, durante as discussões de votação, não seja votado
qualquer espécie de requerimento solicitando adiamento de votação ou perda de
prioridade.”
Agora, a
discussão não sobre esse o pedido. Na realidade, nós temos de ter uma discussão
que antecede e que não foi apurada pela Casa. Com o que o Ver. Comassetto
ingressou? Ingressou com um Requerimento ao Ver. Elói Guimarães. (Lê
Requerimento do Ver. Carlos Comassetto.) “Venho, através deste, requerer a
declaração de prejudicialidade à tramitação do Processo nº 1357/00, PLCL nº
0008/00, conforme Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre, art. 195, pois
tal Requerimento tem por base a tramitação, nesta Casa, do Processo nº 113/05,
PLCL nº 002/05, protocolado às 8h57min do dia 3 de janeiro do ano de 2005, que
trata da mesma matéria do PLCL nº 008/00, que foi desarquivado no dia 7 de
janeiro de 2005”.
Até agora a
Procuradoria não se manifestou sobre os Requerimentos e, no nosso entender,
deveria fazê-lo. No momento em que a Procuradoria se posicionar e disser que o
do Ver. Comassetto tem prioridade ou o de outro Vereador tem a prioridade,
pronto, podemos aceitar ou não. Eu acho que é para isso que a Procuradoria da
Casa também existe: para nos dar essa sustentação. No momento, quando não o
faz, leva a toda essa discussão. Então, de maneira clara: eu acho que o
Requerimento do Ver. Luiz Braz procede, só que este Vereador vai votar
contrário porque entende que existe a questão precária, ainda, de que
deveríamos aguardar a posição da Procuradoria da Casa. E eu já disse,
inclusive, para o Ver. Luiz Braz que, se o Projeto dele for votado hoje, vou
votar a favor, porque, no mérito, ele tem uma relevância social muito grande.
Só queríamos fazer este registro. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Vamos colocar em votação. O tempo de votação é de
um minuto e meio. Os Vereadores que tiverem dificuldade de votar protestem.
Solicito o encerramento do painel eletrônico.
Eu gostaria de
dizer, não vou mencionar o nome de Vereador ou Vereadora, que a Mesa não quer
ser monitorada, dispensa qualquer monitoramento! Que isso fique bem claro!
Para qualquer
deliberação, é necessária a presença de dezenove Vereadores.
(Manifestações
do Plenário.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Há quórum com a presença do Presidente.
Em votação
nominal, por solicitação desta Presidência, o Requerimento de autoria do Ver.
Luiz Braz. (Pausa.) (Após apuração nominal.) APROVADO por 16 votos SIM;
02 votos NÃO.
Nós temos
consignados 16 votos SIM e 02 votos NÃO. Com a presença do
Presidente, nós temos o quórum necessário. É evidente que o Presidente não
vota.
A SRA. MANUELA
D’ÁVILA (Requerimento): Sr. Presidente, por gentileza, eu peço o espelho
da votação a um minuto e trinta segundos - horário de encerramento do painel.
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Verª Manuela, só para esclarecer V. Exª: quando o
relógio vira, ele sai de um minuto e vinte e nove segundos para um minuto e
trinta e um segundos, se não me falha a memória.
A SRA. MANUELA
D’ÁVILA: Então, eu solicito até um minuto e trinta e um segundos.
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Só para informar V. Exª que ele não tem um minuto
e trinta segundos.
A SRA. MANUELA
D’ÁVILA: Então, eu reformulo o meu pedido para que seja a um minuto e trinta e um
segundos, que foi o momento da votação.
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Como o relógio vira a um minuto e trinta e um
segundos, o Presidente tem, como regra, na Casa, estabelecer em um minuto e trinta
e um segundos.
A SRA. MANUELA
D’ÁVILA: Então, Sr. Presidente, eu lhe peço o espelho da votação em um minuto e
trinta e um segundos.
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu lhe concedo, porque, quando o Presidente começa
a falar, até que ele conclua, dá exatamente essa pequena diferença, que é
meramente um detalhe que não pode comprometer o conteúdo, evidentemente.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. 1357/00 - PROJETO DE
LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 008/00, de autoria do Ver. Luiz Braz, que acrescenta os
parágrafos 9º e 10 ao art. 5º da Lei
Complementar nº 242/91, com alterações da Lei Complementar nº 251/91, que
disciplina a concessão do Direito Real de Uso aos ocupantes de área de
propriedade do Poder Público Municipal. Com Emenda n.º 01 ao Projeto. Com
Substitutivo n.º 01.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta
dos membros da CMPA - art. 82,
§ 1.º, I, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia, por força do art. 81 da
LOM, em 09-05-05;
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o Substitutivo nº 01 aposto ao PLCL nº
008/00. (Pausa.) O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, o Direito
Real de Uso foi muito utilizado pela Administração que deixou, no ano passado,
a Cidade. E o usou de forma absolutamente ilegal, absolutamente incorreta,
absolutamente contra todos os interesses da Cidade. A Vila Planetário é um
Direito Real de Uso, quase ninguém paga, mas serve de painel para publicidade
eleitoral. E a Lei Orgânica é clara, precisa e concisa: quem estivesse em área
do Município até dia 31 de janeiro de 1989, desde que a área não fosse
urbanizada, poderia ali permanecer com Direito Real de Uso num terreno pequeno,
de 30 a 40 metros quadrados. A Vila Planetário está na Av. Ipiranga, urbanizada,
com asfalto, com água, luz, esgoto e ainda com o riacho. Na Vila Renascença ou
Lupicínio Rodrigues, aqui na Ilhota, a Prefeitura gastou uma imensidão de
dinheiro para recuperar a Ilhota, e, no dia 31 de janeiro de 1989, ela estava
toda urbanizada. Eu fui o Secretário de Obras que terminou a urbanização; e a
Prefeitura deu Direito Real de Uso. Na Av. Ipiranga há Direito Real de Uso,
próximo à Av. Getúlio Vargas, 30 a 40 centímetros do passeio. Com aqueles
mutuários do DEMHAB que tinham seus contratos firmados corretamente, em
qualquer atraso que houvesse, propunham um Direito Real de Uso.
Pois agora
apareceu uma proposta que é, no mínimo, digna de utilização do Direito Real de
Uso. Durante dez anos de Direito Real de Uso, agindo corretamente nos dez anos,
a pessoa tem direito a um contrato de aquisição e definitivamente fica sua a
propriedade, para a família, para os descendentes, e está tudo muito bem.
Eu não entendo
esta Casa, que discute - quinta-feira não pude estar presente, mas assisti a
toda Sessão - Requerimentos e mais Requerimentos. Não, nós temos que votar! Se
alguém acredita que está errado, vote contra. Mas acho que está absolutamente
correto. Eu sei que há um Projeto semelhante, mas, se o art. 81 manda colocar
na Ordem do Dia, ele está colocado na Ordem do Dia; não tem o que fazer! Esse é
o primeiro que entrou na Ordem do Dia. Então nós temos de votar, até para dizer
“não”. Ninguém é obrigado a dizer “sim”.
Agora, eu
entendo que este Projeto é muito bom, vai ajudar muita gente, inclusive àquelas
pessoas que não pagam o Direito Real de Uso. Porque sei que na Vila Planetário,
quando eu fiz o Pedido de Informação, não havia um que estivesse em dia, e
havia alguns que não tinham pago nenhuma mensalidade. Então, eu acho que este
Projeto vai disciplinar, sim: quem agir bem nos dez anos tem o direito de
comprar a sua propriedade. E por isso o Projeto leva o meu voto favorável.
Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir
o Substitutivo nº 01 aposto ao PLCL nº 008/00.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, nós não estamos aqui - eu queria fazer este registro - simplesmente
querendo inviabilizar o trabalho da Câmara, de jeito nenhum. O uso dos tempos e
das possibilidades de prorrogação do debate estão aí a serviço da democracia e
do aprofundamento dos temas a serem decididos nesta Casa. E quero dizer que nós
temos dificuldade de tomar uma decisão sobre esse tema na forma como o Ver.
Luiz Braz propõe, uma simples mudança que transforma em mercadoria, em bem de
mercado, uma habitação popular que poderá deixar de prestar a sua função
social.
Se pudessem
prestar atenção na minha fala, eu tenho uma preocupação grave. Verª Clênia, nós
- a Prefeitura, o Estado público -, quando colocamos muitos recursos para
resolver o problema de habitação popular, o fazemos para atender a uma
população que não tem nenhuma condição, primeiro, de construção de uma
habitação por seus meios próprios; segundo, não tem condição de achar um
terreno, de sair de suas áreas. Porque elas teriam que sair da beira do valão,
do morro que tem risco de desabamento, conseguir um terreno e construir uma
habitação. São, normalmente, cidadãos e cidadãs com subemprego, desempregados,
na miséria. O Poder Público faz ali uma ação social, um recurso público, que é
símbolo da função social da moradia, da política pública.
Por que e em
nome do que nós entendemos que, em dez anos, essas famílias poderão
ter a posse do imóvel para fins de venda, para compra? Por que entendemos que
elas poderão vender? Essas famílias que não tinham nenhuma condição de
constituírem o seu bem, de constituírem uma moradia mais digna em um outro
local, no momento em que a receberam, o que a gente vê hoje, na realidade,
infelizmente - não por maldade das pessoas, não porque as pessoas são
oportunistas, não porque as pessoas são desorganizadas, elas não tiveram acesso
à estrutura, não têm recurso para manter a sua vida numa forma regular, sistemática
em determinado local -, é que essas casas, essas moradias, que têm todo um
esforço e um recurso público investido, acabam sendo um bem de troca para a
sobrevivência das famílias por mais alguns meses talvez, e aí depois essas
famílias voltam à situação de miserabilidade, de exclusão e de risco.
O que o
Projeto de Lei do Ver. Comassetto queria trazer para a discussão tem uma
complexidade maior do que está proposto, um cuidado maior do que está proposto
em termos de preservação dessa política pública, para que ela tenha
efetividade, para que a moradia não seja uma mercadoria ao se tornar um bem,
porque a Prefeitura investiu ali asfalto, água, saneamento básico, uma área
comunitária, escola, creche. E isso se tornou uma mercadoria?
Em princípio,
essas famílias estão se emancipando; mas, se elas vendem a moradia, saem dela
em função da sobrevivência, nós voltamos à estaca zero, nós expulsamos essas
famílias para mais longe, para uma nova situação de risco, perde-se
investimento, desacumula-se uma Cidade que, com toda a dificuldade, vem
acumulando em habitação.
Eu prefiro o
conceito e a proposta que nos traz o Ver. Comassetto, que é advinda da
discussão do acúmulo traduzido no Estatuto da Cidade, que traz a Concessão de
Uso Especial para Moradia, que é gratuita, que é eterna e transferível, sim,
mas via um banco do Governo, via uma mediação pública, para que esse bem
público mantenha a sua função social e não seja vendido como mercadoria. Ou o
Município vai produzir bens para serem revendidos para outros e a situação de
miserabilidade continuar a mesma!?
Esse é o
debate que eu gostaria que os Vereadores viessem fazer. E que não votássemos de
afogadilho, que pensássemos no que estamos promovendo e produzindo para esta
Cidade, que aprofundássemos esse tema; esse é o apelo que fazemos. Ou seremos
nós irresponsáveis? Mesmo não sendo Governo, não queremos sê-lo; queremos que a
política de habitação aqui em Porto Alegre seja cumulativa, seja emancipatória,
agregue cada vez mais pessoas, que não vire um negócio para grileiros e
oportunistas. Essa é a reflexão que eu queria trazer aqui.
Nós não temos
pressa, Ver. Nedel, nós não queremos atropelar algo que tem uma profundidade,
uma complexidade que não está sendo levada a sério aqui pela Casa. Porque senão
não estaria este Projeto do Ver. Luiz Braz há cinco anos com dificuldade de ser
aprovado aqui.
Então, eu
gostaria que nós, Vereadores, pudéssemos fazer o debate, e estou chamando a
Bancada do Governo, que, parece, votará a favor, a fazer o debate conosco.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. RAUL
CARRION: Exmo Ver. Elói Guimarães, demais Vereadores e Vereadoras,
nesta minha fala na discussão, eu queria tratar sobre a questão mais de
conteúdo, creio que está prejudicada esta votação, por não atender ao
Regimento. Caberão, depois, como se diz, medidas cabíveis. Mas, no conteúdo, o
que é o Direito Real de Uso? Direito Real de Uso é tratado, por exemplo, na
nossa Lei Orgânica, no art. 1º das Disposições Transitórias; é tratado no
Estatuto das Cidades, em diversos artigos. Eu destacaria alguns aqui, se não me
equivoco, art. 48, incisos I e II e, mais precisamente, a Medida Provisória nº
2.220, de 2001, que complementou o Estatuto das Cidades na parte vetada. Do que
se trata? São áreas públicas que não podem sofrer usucapião e que estavam
ocupadas há longa data. É definido, por exemplo, cinco anos ininterruptos até
30 de junho de 2001. Portanto, no caso do Estatuto das Cidades, é até 30 de
junho de 1996, e, na nossa Lei Orgânica, são aquelas que estavam ocupadas até
31 de janeiro de 1989.
Então, para
essas famílias, Ver. Mario Fraga, essa área é colocada em usufruto, não é
propriedade, é dado um domínio para moradia de até 250 metros quadrados, não
podendo ser repassado para terceiros, certo? E, pelo Estatuto das Cidades, que
é superior à lei que regulamentou no Município, não deve ser cobrado; é
gratuito. É uma questão que nós teríamos que atualizar na Legislação.
Evidentemente, o Ver. Dib tem uma posição de princípio, contrária. Naquele
momento, ele já foi contrário, e o exemplo da Vila Planetário é emblemático,
porque, aplicando o Direito Real de Uso, a Prefeitura concedeu Direito Real de
Uso no local e construiu uma vila, e o Ver. Dib dizia: “Não! É mais barato
vendermos essa área, porque é valorizada, comprarmos uma na periferia e
colocarmos...”
(Manifestação
de Vereador.)
O SR. RAUL CARRION:
Permita-me, Vereador, eu estou com o tempo muito limitado, e V. Exª pode
pedir para alguém da sua Bancada intervir.
Então, dizia o
Ver. Dib, com uma lógica econômica irretocável: “É mais barato reassentar essa
população na periferia, numa terra mais barata”. E os que defendiam o Direito
Real de Uso, Verª Neuza Canabarro, diziam: “Isso é segregação espacial dos
pobres nesta Cidade”.
O pobre também
tem o direito, se ele tem um local em que vive há muitos anos, de ali
permanecer, e o Direito Real de Uso é para isso. Prevaleceu isso, e os
moradores estão na Vila Planetário. Agora, eu pergunto: se não existisse o
Direito Real de Uso - que, na verdade, é uma proteção para essas famílias,
porque o mercado imobiliário está lá em cima -, existiria ainda, Ver. Ibsen, a
Vila Planetário? Ou a área já teria sido adquirida pelos especuladores
imobiliários, e ali teríamos um Carrefour, ali teríamos um Big, ali teríamos um
grande empreendimento ou um shopping center? E essas famílias, o povo
que tinha pago com dinheiro público, com Direito Real de Uso, numa área
valorizada, teriam visto o seu investimento, que era um investimento social,
transformado em mercadoria e comprado por quem tem dinheiro. O povo estaria de
novo lá na periferia ou batendo às portas da Sehadur, batendo às portas do
DEMHAB ou da Caixa Econômica Federal.
Então, eu
penso que o Direito Real de Uso não é um privilégio, é uma garantia para que
essas famílias possam ter uma habitação decente. E é por isso que nós
discordamos, porque a proposta do Projeto em análise transforma o Direito Real
de Uso, depois de dez anos - é evidente que dá um prazo -, em mercadoria.
Depois de dez anos, a Vila Planetário será transformada num shopping, e
o dinheiro público - e aí o Ver. Dib vai dizer: “Eu tinha razão; eu disse para
não usar o dinheiro público na Vila Planetário, agora foi transformada numa
mercadoria, foi vendida” - será gasto de forma inútil.
Concluo,
dizendo que o Direito Real de Uso não prevê, não admite a venda; é
inconstitucional, é inorgânica. O Direito Real de Uso é uma proteção. Muito
obrigado, meu Presidente; obrigado pela atenção, Srs. Vereadores.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir
o Substitutivo nº 01 aposto ao PLCL nº 008/00, por cedência de tempo da Verª
Maria Celeste.
O SR. ADELI
SELL: Meu caro Presidente, colegas Vereadoras e Vereadores, Ver. Nedel, até
eu venho aqui para dizer que, para discutir esse tema, temos de discutir a
Cidade no seu todo. Quando se aprovou essa Lei aqui em Porto Alegre, creio que
houve um significativo avanço com relação à concepção da Cidade. Da última vez,
tive a oportunidade de usar o meu tempo aqui - e quero agradecer à Verª Celeste
pela cedência de tempo - e discutia com o nobre Vereador proponente, Ver. Braz,
a questão da Lei nº 8.666, que, na minha opinião - e não fui convencido do
contrário até agora -, deveria ser aplicada nesse particular, porque estamos
tratando de um bem público, de um investimento público.
Mas quero,
hoje, tratar de uma questão de cidade, de concepção de cidade. O Vereador que
me antecedeu, o Ver. Carrion, citou um caso bem concreto, o da Vila Planetário.
E eu me lembro de que esta discussão é antiga: se não seria mais justo, se não
seria mais correto vender aquela parte ali e fazer a aplicação daquele
dinheiro, que seria um dinheiro substantivo, em outra parte da Cidade. Até é
possível, não tenho como princípio decidir que as pessoas necessariamente devam
ficar no lugar ocupado até o momento, não é uma questão geral e sempre tem de
ser assim. Mas em muitos casos é melhor que as pessoas sejam mantidas nesses
locais, até porque uma cidade só é funcional, uma cidade só tem vida efetiva
quando ela é diversificada.
Por que existe
um erro brutal na concepção de Brasília? Porque foi uma cidade planejada de
forma que aqueles que não têm capacidade de estar naquele espaço estão
completamente fora do espaço, por isso há as chamadas cidades satélites, onde
mora, na verdade, o povo pobre; distante do centro. Quando se pensou a
Restinga, cometeu-se um brutal equívoco, um grande equívoco, que ninguém quer
discutir, porque inclusive há pessoas aqui que estão envolvidas nesse erro e é
difícil para as pessoas admitirem erros. Como vamos colocar uma vila a 30
quilômetros do Centro? Por 10 quilômetros, tiveram de colocar rede de água,
rede de luz, rede de asfalto para chegar naquele local; é uma concepção maluca
de cidade.
Já nos anos
60, 70, a grande arquiteta Jane Jacobs estudou um pouco a formação das cidades
americanas e mostrou que por sua concepção, muitas vezes, um grande parque...
Afinal de contas, o povo precisa ter parque, é óbvio que precisa, mas é muito
melhor ter uma pequena praça, um pequeno parque no bairro São João, que não tem
nenhuma praça, do que um grande espaço público que o pessoal do bairro São João
não consegue acessar. Nós precisamos, sim, ter espaços diversificados.
Agora, quero
entrar mais propriamente no Projeto, na lei em si. Se quisermos fazer uma
cidade harmônica e moderna, precisamos fazer com que essas pessoas, que podem
comprar esses espaços públicos - é o que está sendo proposto pelo Vereador -,
porque elas podem contar com o Projeto PAR - Projeto de Arrendamento
Residencial -, com a Caixa Econômica Federal... Nós estamos falando de um
público que tem um projeto maravilhoso da Caixa Econômica, há dinheiro, há
financiamento, e nós vamos fazer uma inversão de valores? Está errado,
precisamos manter esse tipo de área em usufruto para as pessoas carentes que
não têm condições.
E mais: temos
responsabilidades na Cidade, temos que discutir, temos que ter um
cadastramento, inclusive para saber quem já recebeu, quem vendeu chave, quem
não vendeu chave. Nós passamos por uma discussão, há poucos dias aqui, sobre a
venda de chaves, com denúncias públicas. Eu quero saber: qual é opinião do
Governo Municipal? Como o Governo Municipal vai agir daqui para frente? Qual é
a posição do DEMHAB, do Dr. Nelcir Tessaro, sobre a questão? Eu gostaria de
ouvir a opinião, algo por escrito, um pronunciamento nos jornais. Afinal de
contas, quero discutir, porque os senhores que hoje estão apoiando este
Processo são da base do Governo. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para
discutir o Substitutivo nº 01 aposto ao PLCL nº 008/00, por cedência de tempo
do Ver. Aldacir Oliboni.
O SR. CARLOS
COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; prezados colegas Vereadores,
prezadas colegas Vereadoras, trazer o tema da discussão da política habitacional,
em qualquer cidade do Brasil, em qualquer metrópole, é, sem dúvida, um desafio.
E aí nós nos precisamos situar isso dentro do contexto da legislação federal,
da legislação estadual e da legislação municipal. Se este Município quiser
avançar na política habitacional, inclusive resgatando, de forma legal, de
forma justa, a legislação federal, para que possa avançar na captação dos
recursos do Programa Nacional de Habitação, Ver. Mario Fraga, nós precisamos
avançar na qualificação e na regulamentação da Constituição Federal e do
Estatuto da Cidade.
Por que digo
isso? A proposição que traz o Ver. Luiz Braz de conceder, após dez anos, a
possibilidade da venda do imóvel e do seu terreno por parte do Município ao seu
usuário é uma maneira de reformar, dentro do Município, uma lei que já está
ultrapassada, que é a Lei da Concessão do Direito Real de Uso. Quando digo
ultrapassada, não é nenhuma falta de mérito ao trabalho do Ver. Braz; estou
falando com referência à Lei do Estatuto da Cidade. Eu digo isso porque o
Estatuto da Cidade cria, em vez da figura da Concessão do Direito Real de Uso,
a Concessão de Uso Especial para Fins de Moradia. Qual é a diferença que há
entre um e outro? Por que, legalmente, queremos discutir aqui? Entendemos que
temos o direito, a precedência de discutir os temas que apresentamos sobre o
tema do Ver. Luiz Braz, pois eles se confrontam. Na Concessão de Uso
Especial para Fins de Moradia, conforme apregoa o Estatuto da Cidade, a posse é
eterna; na CDRU, é por 30 anos. A Concessão de Uso Especial para Fins de
Moradia, conforme o Estatuto da Cidade, é gratuita; o Ver. Luiz Braz diz que,
em dez anos, tem que comprar. A Concessão de Uso Especial para Fins de Moradia,
conforme o Estatuto da Cidade, é transferível; a CDRU hoje diz que é intransferível.
Um diz que a propriedade de origem pública, com todo o seu investimento, tem
que estar orientada para cumprir a função social da propriedade e não permitir
que um usuário, quando ganha o seu solo e a sua casa, daí a um determinado
período, venda e se inscreva novamente para ganhar outra casa. O Projeto que
apresentamos sobre a Concessão Especial de Uso para Fins de Moradia corrige
essa distorção.
Quando ele
trabalha, ele pode ser transferível, a transferência do direito de superfície a
terceiros será feita mediante a formalização de instrumento público, seguindo
um conjunto de critérios. Se alguém está no Chapéu do Sol e quer ir morar na
Zona Norte, tem todo o direito de ir e de transferir o seu imóvel para um
terceiro, desde que ele também seja destinado à moradia ou ao uso social.
Em cinco
minutos é impossível querermos aqui fazer um debate qualificado sobre a
política habitacional. E é com esse propósito que nós, do momento em que nos
elegemos - e digo a todos os Vereadores - até o dia em que assumimos, dia 1º de
abril, trabalhamos incessantemente com o tema do Estatuto da Cidade, inclusive
estudando o Projeto do Ver. Luiz Braz, que já existia, para poder trazer a esta
Casa, para poder trazer aos Vereadores de todos os Partidos um tema completo para
a discussão. E não estou dizendo que temos razão.
Diante disso,
essas diferenças são fundamentais. Queremos, neste momento, reformar uma lei
que já está ultrapassada em nível federal, que vai trabalhar uma questão de
mercado sob o ponto de vista da moradia, para quem necessita, ou queremos
continuar discutindo a utilização do uso do solo e das construções públicas sob
o caráter público? A finalidade do uso da propriedade para moradia não deve ser
uma política só municipal ou estadual, porque as Nações Unidas preconizam isso
também. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação nominal a prorrogação da Sessão por
mais duas horas. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADA, por 28
votos SIM.
O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
discutir o Substitutivo nº 01
aposto ao PLCL nº 008/00, por cedência de tempo do Ver. João Carlos Nedel.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, em
primeiro lugar eu quero cumprimentar os outros 27 Vereadores que concordaram em
prorrogar a Sessão por mais duas horas para discutir esta matéria, que é muito
importante. Em segundo lugar, eu quero dizer que sou absolutamente simples,
falo com simplicidade, não tenho nenhuma preocupação de parecer douto ou
ilustre. E, como disse o Ver. Carrion, é legal ou ilegal, não há meio; ou é
correto ou incorreto, não há meio; ou é honesto ou desonesto. Não há outro
jeito. O que eu disse nesta tribuna é que a Prefeitura do Partido dos
Trabalhadores, nos 16 anos, usou indevida, desonesta, incorreta e ilegalmente o
Direito Real de Uso. Foi isso que eu disse, porque sou simples, não sei fazer
as coisas complicadas.
O art. 1º das
Disposições Transitórias da Lei Orgânica do Município diz o seguinte (Lê.):
“Aos ocupantes de área de propriedade do Município, de suas autarquias,
empresas públicas e sociedades de economia mista, não-urbanizada ou edificada
anteriormente à ocupação, que aí tenham estabelecido moradia até 31 de janeiro
de 1989 e que não sejam proprietários de outro imóvel, será concedido o direito
real de uso conforme regulamentação em lei complementar a ser votada até
sessenta dias da promulgação da Lei Orgânica”. O artigo 239 diz (Lê.): “As
áreas verdes, praças, parques, jardins, unidades de conservação e reservas
ecológicas municipais são patrimônio público inalienável.”
Por que eu
disse que era desonesto, irregular, ilegal e absurdo? Porque - Ver. Raul
Carrion, que citou o meu nome e não me deu aparte - antes de ali ser a Vila
Planetário, havia construções. Foi desapropriada aquela área para ser escola,
era uma área urbanizada; no dia 31 de janeiro de 1989 estava perfeitamente
urbanizada. Lá estava o Planetário, lá estava a Av. Ipiranga com pavimentação,
iluminação, água, luz e esgoto. Então, foi absolutamente incorreto. Na Ilhota,
vou dizer de novo, fizeram o Conjunto Lupicínio Rodrigues; eu fui ao BNH com o
Prefeito Villela buscar recursos para que a área fosse urbanizada. Foi
urbanizada. No dia 31 de janeiro de 1989, era urbanizada. Então, foi desonesto,
incorreto, ilegal, e eu não tenho meias palavras para colocar. A Praça Cosme
Galvão era área de praça. Deram o Direito Real de Uso para quem tinha até três
automóveis, mas deram. Depois, aparecia publicidade, na época da campanha
eleitoral, de um Partido só, de Vereadores desta Casa.
Portanto, eu
sou simples, absolutamente simples, eu não tenho dificuldade em dizer as
coisas. Agora, tudo o que eu digo está alicerçado aqui neste livrinho, que se
chama Lei Orgânica, ou seja, Constituição Municipal, que foi desrespeitada
reiteradas vezes. Quando eu pedi aparte, eu não teria voltado à tribuna, eu só
queria lhe dizer que, nas Disposições Transitórias, no art. 1º, está muito
claro.
O Sr. Adeli
Sell: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Quero perguntar
humildemente ao Vereador se, com toda essa convicção, V. Exª não buscou o
caminho da Justiça para reverter essa ilegalidade?
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Busquei o caminho da Justiça - V. Exª é um homem inteligente e atento.
Perdi na Justiça. Mas por que perdi? Porque dois engenheiros da sua Prefeitura
atestaram que a Av. Ipiranga não era urbanizada. A Vila Planetário estaria
localizada em área não-urbanizada. Perdi. O Juiz julga o quê? Dois engenheiros
dizem que era área não-urbanizada, ele vai duvidar de dois engenheiros? Quando
eu olhei para eles, eles ficaram sem jeito. Queriam me dar mil desculpas, mas
não adiantava; o Juiz julgou. Mas eu fiz parar a obra, até que alguém me
dissesse o número do CREA. “Não, é área não-urbanizada”, eu teria vergonha, como
engenheiro que sou, de dizer isso. Eu não faria essa assinatura. Por isso
afirmo: é honesto ou desonesto; correto ou incorreto; legal ou ilegal; moral ou
imoral - não há meio. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para
discutir o Substitutivo nº 01 aposto ao PLCL nº 008/00.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, público
que nos assiste pelo Canal 16, este tema é importantíssimo e fundamental. Falei
aqui, na semana passada, sobre a dramaticidade que foi e o que gerou de
conseqüências para as cidades o Governo da ditadura militar, quando jogou 30%,
35%, 40% da população rural nas áreas das periferias da Cidade, nas áreas
verdes, nos morros, em áreas em litígio de particulares. Nós tínhamos, há 40
anos, 70% da população vivendo no Interior e 30% nas cidades. E hoje nós temos
86% da população vivendo nas grandes cidades, em regiões metropolitanas, e 30%,
35%, 40% dessa população vivem nessas áreas. Áreas públicas ou áreas em litígio
de particulares com impostos atrasados, ou pendências judiciais, áreas que,
abandonadas pelos seus proprietários, ou não cuidadas, acabaram sendo ocupadas
por essa população que não tinha recursos para se instalar na área formal da
cidade. Sequer água, aqui em nossa Cidade, o Plano Diretor previa para essas
pessoas. Tanto é que o primeiro Plano Diretor de água previa o atendimento até
a altura da cota 126, e hoje a água foi estendida até a cota 275, configurando aquele
reservatório da Glória, na Pedra Redonda, para atender basicamente a essa
população, para atender basicamente a esses que são os despossuídos, esses que
não tinham outros meios para adquirir terra. Foi assim que o Orçamento
Participativo, foi assim que o Poder Público realizou pesadas inversões,
grandes investimentos: pela participação, pela hierarquia das prioridades para
esse público.
Pois bem, a posse da terra e a detenção da moradia
foram regularizadas através do instrumento de Concessão do Direito Real de Uso,
um instrumento legal e previsto nas nossas leis maiores. É assim que dezenas de
milhares de pessoas vivem em nossa Cidade hoje. E vivem de maneira mais
qualificada, porque receberam investimento do Poder Público de forma
importante.
E o que se quer fazer agora com essa discussão
apressada? Autorizar a comercialização e os negócios dessas terras, cuja
habitação de qualidade só foi possível graças aos pesados investimentos do
Poder Público. E, se isso acontecer dessa forma, não havendo cautela e não
levando em conta toda a legislação, o que nós vamos ter é muita gente ganhando
dinheiro por conta daquilo que foi investido pelo público e a expulsão dos mais
carentes para outras fronteiras da Cidade, sabendo que o perímetro urbano da
nossa Cidade é mais do que suficiente para que se possa talvez dobrar o número
da população da Cidade. E aí o que nós temos? A indústria do fazer, a ampliação
do perímetro urbano a custos extraordinários. Não é isso que acontece todos os
dias? Os vazios urbanos nas áreas nobres que servem para especulação, enquanto
a população pobre que vai usar esse instrumento para fazer negócio vai abrir
novas fronteiras de invasão, vai adquirir terrenos irregulares, vai invadir
áreas verdes, vai ocupar outros espaços em litígio. E assim o Poder Público é
compelido, é constrangido novamente a aportar pesadas somas de recursos que vão
servir de negócio novamente para alguns. E assim a conta se torna interminável.
É nisso que
estamos votando. E não dá para votar numa proposição desse tipo, porque isso
tem conseqüências danosas para a economia da Cidade, especialmente para o Poder
Público, que deve arcar com as conseqüências e dar conta, depois, dos problemas
instalados. Obrigado, Srs. Vereadores.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para
discutir o Substitutivo nº 01 aposto ao PLCL nº 008/00.
O SR. RAUL
CARRION: Muito obrigado, Sr. Presidente. Em primeiro lugar, eu queria contestar o
Ver. João Antonio Dib. O art. 1º do Ato das Disposições Transitórias, que trata
do Direito Real de Uso, diz assim (Lê.): “Aos ocupantes de área de propriedade
do Município, de suas autarquias, empresas públicas e sociedades de economia
mista, não-urbanizada ou edificada...”, V. Exª esqueceu “ou edificada”.
Realmente, a Vila Planetário era urbanizada, mas não era edificada, Ver. João
Dib, V. Exª não foi atento o suficiente. Mas corrigido o Ver. Dib, que é o
decano desta Casa, mas nem por isso sabe tudo, gostaria de dizer o seguinte...
O Sr. João
Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) (Lê.) “Desde
que não tenha sido edificado anteriormente”. Tem de ler o “anteriormente”.
O SR. RAUL
CARRION: Vereador, não estou lendo a Lei do Direito Real de Uso, mas a Lei
Orgânica, lei maior, que precisa de dois terços para mudar. “Não urbanizada ou
edificada”. Se V. Exª encontrar na Lei Orgânica outra expressão, dou-lhe
aparte.
O Sr. João
Antonio Dib: V. Exª sabe que respeito muito a sua inteligência e seu discernimento.
Diz assim (Lê.): “... não-urbanizada ou não-edificada anteriormente”, e, no
caso da Vila Planetário, havia três casas lá.
O SR. RAUL
CARRION: Mas o local não estava edificado, era urbanizado. Bem, agora, se não
bastasse isso, Vereador, a Medida Provisória nº 2.220, que complementa o
Estatuto da Cidade, está integrada no Estatuto da Cidade, vale para os
Municípios, Estados e para a Nação, diz no art. 1.º (Lê.): “Aquele que até 30
de junho de 2001 possuía como seu, por cinco anos, ininterruptamente e sem
oposição, até 250 metros quadrados de imóvel público, situado em área urbana” -
não diz se é edificada, não diz se é urbanizada - “utilizando para sua moradia
ou de sua família, tem o direito à Concessão de Uso Especial para fins de
moradia, em relação ao bem, objeto da posse”.
O que eu quero
complementar, porque é uma questão de conteúdo. O Direito é um direito não de
propriedade, Verª Maristela Meneghetti, é um direito de usufruto! E o Estatuto
da Cidade diz mais: é gratuito; isso teria que modificar na Lei Municipal, isso
é evidente; ele é gratuito e é de usufruto, não é propriedade. Por que isso?
Porque era um bem de domínio público, era uma praça, era um possível parque,
era uma área pública não-utilizada, e a sociedade abriu mão por uma necessidade
premente à pessoa. Portanto, ela não compra, ela não paga, ela não se torna
proprietária. ”Ah! Mas ela quer o direito de ser proprietária!” Vá ao mercado e
compre uma propriedade e será sua! Poderá comercializar! É uma mercadoria! O
que estamos querendo com o Projeto do Ver. Braz é transformar um bem que é
público em mercadoria, em propriedade privada. Eu discordo disso. Não é só uma
discordância no conteúdo, eu entendo que teria que mudar a Lei Orgânica do
Município.
Há mais, Ver.
Dib, no art. 12 da Lei Orgânica (Lê.): “A alienação de bens municipais,
subordinada à existência de interesse público devidamente justificado, será
sempre precedida de avaliação e obedecerá ao seguinte: I - quando imóveis” - é
esse o caso - “dependerá de autorização legislativa e concorrência pública,
dispensada esta nos casos de permuta.” Só existe uma exceção, Ver. Dib, nesta
Lei Orgânica que nós juramos respeitar: não precisa de licitação se for
permuta. No caso de venda, a Lei Orgânica é clara. Portanto, uma lei
complementar pode ser aprovada aqui e será nula, porque teria de ser uma emenda
à Lei Orgânica. Sem falar, no meu entender, que ela é, também,
inconstitucional. Então, por isso nós temos, na discussão, esse entendimento.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. ADELI
SELL (Questão de Ordem): Sr. Presidente, se votarmos este Projeto agora, se
ele for aprovado, ficará prejudicado ou não o Projeto do Ver. Carlos
Comassetto?
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu respondo a V. Exª, porque até havia comentado
com o Ver. Carlos Comassetto: “Imagine, Ver. Carlos Comassetto, esses
argumentos que V. Exª arrolou para aplicar o dispositivo da prejudicialidade,
se o Ver. Luiz Braz contra-atacasse!” Mas já disse ao Ver. Carlos Comassetto
que não declararei a prejudicialidade por entender que não há prejudicialidade
nem para a direita, nem para a esquerda.
Em votação o
Substitutivo nº 01 aposto ao PLCL nº 008/00. A Verª Sofia Cavedon está com a
palavra para encaminhar.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, é lamentável que este tema, este Projeto esteja chegando a termo de
votação crivado de irregularidades na tramitação desta Casa. Esse é o primeiro
registro que quero fazer em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores. Nós
entendemos, primeiro, que, regimentalmente, o Projeto que é protocolado, na
ordem cronológica, em primeiro lugar é o Projeto que deve tramitar antes do
protocolado em segundo lugar. Em segundo lugar, argüimos aqui a
prejudicialidade, argüimos o problema de qual deveria andar primeiro e
recorreremos à Justiça, porque entendemos que o Regimento foi rasgado, nesta
Casa, em relação a esta matéria.
Este Projeto
vem, no início da Legislatura, para votação por força do art. 81, fazendo com
que a nova composição da Casa não possa discuti-lo como deveria nas Comissões,
não possa aprofundar o tema, não possa atualizar o tema à luz do Estatuto da
Cidade, à luz da presença de novos Vereadores, que trazem acúmulos e
representações diferenciados para esta Casa. Portanto, uma Casa conseqüente e
séria não poderia tratar dessa maneira um tema tão grave quanto este, que pode
significar o fim da efetividade de uma política de habitação para a população
de risco nesta Cidade. Nós não estamos sendo conseqüentes e responsáveis ao
encaminhar dessa maneira a votação deste Projeto.
Em terceiro
lugar, queremos colocar a nossa posição sobre o conteúdo deste Projeto. Por
muito tempo, investimos na construção, nesta Cidade, de uma nova cultura; uma
cultura que dá frutos, sim! E temos como prova o processo do Orçamento
Participativo, fruto de uma consciência social de cidadania, de mobilização
social. Um dos temas mais difíceis é o tema da habitação popular, mais difícil
de encontrar efetividade, um tema caro, que demanda muitos recursos
orçamentários, mas, mais do que isso, difícil porque é complexo, porque não
basta, senhoras e senhores, construir uma casa. Não basta! É muito mais
complexo do que isso! Há um trabalho anterior à saída das pessoas do seu local
de risco; há um trabalho de investimento na assistência social; há um trabalho
de investimento cultural; há um trabalho de construção, de organização popular,
e há um trabalho que não se encerra, de maneira nenhuma, no momento em que os
moradores entram nas suas moradias; ali é que começa o desafio, Verª Neuza, o
desafio de construção de raízes, o desafio de construção de comunidade, de
pertencimento, de permanência, para que aquela política pública cumpra a sua
função social. E tem-se mostrado extremamente difícil, Ver. Luiz Braz, que isso
aconteça, porque exatamente a população que recebe a moradia popular é a
população que não tem emprego, que não tem renda, que não tem estrutura
familiar, que não tem vínculos saudáveis, que precisa construir tudo isso, é a
população suscetível de ser seduzida pela venda barata daquela conquista
habitacional. E é isso que estamos estimulando aqui, se aprovarmos este
Projeto. Temos alternativas mais complexas, mais sérias que o Estatuto da
Cidade nos aponta que garantem, sim, propriedade; que garantem, sim, que o bem
possa ser transferido, mas que tratam com responsabilidade o investimento
público e tratam com compreensão. A necessária mudança cultural tem de
acontecer nessas famílias, para que se efetive aquele bem, o bem da habitação.
Então, a nossa
posição é contrária a este Projeto, porque necessitaria de mais discussão,
necessitaria de uma tramitação legal aqui dentro, porque há alternativas que o
Ver. Comassetto apresenta no seu Projeto que tratam melhor desse tema e que
poderiam garantir sucesso nessa política pública tão complexa e tão difícil.
Então, senhoras e senhores, nós esperamos que os Vereadores reflitam sobre o
seu voto, porque está em risco o futuro desta Cidade e o destino de uma
política pública tão delicada e que tem tanta importância na vida de tantas
pessoas. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para
encaminhar a votação do PLCL nº 008/00.
O SR. RAUL
CARRION: Exmo Ver. Elói Guimarães; demais Vereadores, Vereadoras e
todos os que nos assistem aqui e nas suas casas, nós discutimos a matéria,
agora vou fazer o encaminhamento em nome da Bancada do Partido Comunista do
Brasil. Evidentemente, o encaminhamento é uma síntese das nossas discordâncias
com o Projeto. Em primeiro lugar, nós entendemos que a primeira falha é no
sentido de que este Projeto não poderia ter sido desarquivado havendo já um
Projeto tramitando na Casa de lavra do Ver. Comassetto. Isso não foi
respeitado. Existe, na página nº 55 do Processo, essa opinião, por escrito, que
foi levada para o Presidente como uma opinião da Diretoria Legislativa - não
saiu do nada -, e o Sr. Presidente não concordou, tem o direito de não
concordar, e ela foi riscada, mas mostra que o entender técnico da Casa foi esse.
Foi feito um recurso, o Presidente entendeu de não prover o recurso com efeito
suspensivo, remeteu para a CCJ. Amanhã a CCJ se debruçaria, não é? Não houve
essa cautela por parte da Casa, por parte do autor, por parte da Mesa, dos Srs.
Vereadores, então, está-se votando sem um Parecer da prejudicialidade.
Em terceiro
lugar, no nosso entender, o Projeto é inconstitucional, porque está sendo feita
uma venda de uma área pública sem licitação. Em quarto lugar, ele é inorgânico,
vai contra a Lei Orgânica, atenta contra o art. 12 da Lei Orgânica, que diz que
a venda só pode se dar com licitação e que alienação só tem uma exceção - art.
12, quem tem dúvida olhe a Lei -, que é no caso de permuta; não é esse o caso.
Mas ele é inorgânico não somente por isso, é também porque o art. 1º das
Disposições Transitórias diz que é Direito Real de Uso, não é venda das
propriedades públicas ocupadas há, pelo menos, cinco anos. Portanto, se a Lei
Orgânica impede, precisaria ser não um Projeto de Lei Complementar, como é o Projeto
em questão, mas um Projeto de Emenda à Lei Orgânica.
Então, vejam,
Srs. Vereadores, quantas ilegalidades, irregularidades, inconstitucionalidades,
inorganicidades nós estamos votando. Parece aqui um caso que se conta numa
Câmara do Interior, quando um Vereador estava falando de um determinado
Projeto, outro Vereador o aparteou e disse: “Mas isso vai contra a Lei da
Gravidade”. E o Vereador disse: ”Revogue-se a Lei da Gravidade!” Aqui, ao votar
este Projeto, se está revogando a Constituição Federal, está-se revogando o
Estatuto da Cidade, está-se revogando a Medida Provisória nº 2.220, está-se
revogando a Lei Orgânica! Quem sabe os Vereadores que são maioria neste momento
acham que tudo isso pode ser revogado. Eu acho que até o Regimento da Casa está
sendo revogado ao não se considerar a prejudicialidade, ao não se considerar a
possibilidade de um Requerimento de adiamento de votação.
Creio que,
neste momento, há uma maioria nesta Casa que entende que se pode votar contra a
Constituição, contra a Lei Orgânica, contra o Regimento, contra o Estatuto da
Cidade. Evidentemente, a Bancada do PCdoB é contrária ao encaminhamento de uma
maioria que não está respeitando a legislação. Vamos à votação, o
encaminhamento do PCdoB é contrário ao Projeto. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação nominal o Substitutivo nº 01 aposto ao
PLCL nº 008/00. (Após a apuração nominal.) APROVADO por 24 votos SIM e
06 votos NÃO.
A SRA. SOFIA
CAVEDON (Requerimento): Sr. Presidente, requeiro que seja votado, em
primeiro, o PR nº 074/05 e, logo a seguir, o PR nº 046/05.
O SR. MARIO
FRAGA (Requerimento): Sr. Presidente, solicito verificação nominal de
quórum.
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): (Após a apuração nominal.) Há dez Vereadores
presentes, portanto não há quórum para a votação do Requerimento de autoria da
Verª Sofia Cavedon. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 19h13min.)
* * * * *